quinta-feira, 3 de junho de 2010

Sobre vontades quentes e ignoradas

Hoje, enchi meu próprio balde de verdades e resolvi jogar pela janela.
O balde tinha uma aparência meio pertubadora, ele era transparente e deixava vazar todo conteúdo de mentiras sinceras contadas por alguém que anda confuso com a verdade.
Seria verdade a vontade?
Seria a verdade o certo a se fazer?
E vontade eu tinha, na verdade o balde estava até a boca cheio de vontades não postas em pratica.
E por isso eu resolvi encher este balde e jogá-lo pela janela.
Quem sabe não caia na cabeça de alguém que se interesse por uma dessas vontades?
É meio suicida, eu sei.
Me expunho demais.
Mas é a única coisa a se fazer.
Joguei.
E todas aquelas vontades simplesmente escorriam pelas paredes do prédio.
Grudando em tudo.
Nem sequer uma gota daquilo chegou ao chão.
Ficou grudado na parede do meu prédio, para todo mundo ver, olhar, admirar e não poder tocar.
Essa não foi a primeira tentativa de atirar minhas vontades ao mundo. E falhou novamente.
Acho que as pessoas em geral ignoram coisas sinceras demais.
Pode ser perigoso né?
A vontade é algo tão cru e quente...
Que se ingerido com pressa deve fazer mal.
Mas te juro que se eu tivesse uma vontade pegando fogo na minha frente agora, eu não teria medo de me machucar.
Satisfazer alguém, apenas pela vontade, pode ser recompensador.
Agora, prefiro um cigarro e vou apagá-lo nas minhas vontades, agora grudadas, no parapeito da janela.

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