sábado, 31 de dezembro de 2011

2012

There is the last day of two thousand eleven,
Welcome two thousand twelve, the last year of ours lives.
And there is nothing to enjoy.
And there is nothing to be proud.
And there is nothing...

E não há nada mais para se dizer, falar e ouvir.
Já passamos por tudo ou quase tudo e nada mais brilha ou deixa de brilhar.
Os sonhos foram esquecidos e o pesar parece quase eterno.
Precisamos de ar, cercados, porém de ar poluído ou diluído por nossas pupilas e/ou papilas.
Gostamos de nossas vidas, mas queremos ter algo para viver. Para fazer, ou ao menos para olhar e chorar.
Chega de tanta teoria, chega de tantas formas de se viver e de se fazer.
É o que nosso corpo nos exige e não sabemos e temos preguiça de saber (ou raiva de quem sabe) ou fazer.
O que importa passou e deixou só o rastro.
Vivemos no rastro.
Na rebarba, ou no intervalo entre duas linhas regulares.
Ser e não ser.
Pensar e comprar.
Existir e copiar.
Passado e futuro.
Norte e sul.

1988 - 2012

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Arte-Vômito

Depois de me perguntar em algum momento sobre o que havia de escrever, pintar, construir ou amar...
Sobre o que é e de onde vinha a supervalorizada coisa chamada de inspiração. E porque era tão necessária.
E por pensar nisso perdi um pouco da sensitividade (ou seria sensibilidade mesmo?) e da honestidade de escrever e falar ou gritar sobre algo, alguém ou sobre eu mesmo.
E, por tempos, só houve a seguinte, atenuante pergunta: De onde vem a inspiração?
Da onde sai os sonhos e as palavras e idéias que realmente valem a pena?
De que buraco fundo e fantástico tiram, os artistas e os gênios, suas loucuras bem-guiadas e loucura bem-direcionada?
Ou, e principalmente, como poderá, aquele garoto pouco costumeiro e inocentemente sociável, demonstrar e avaliar o sua própria visão de objetos, paisagem, valores e outros objetos cotidianos e aparentemente sem muitos atrativos se ele não estiver minimamente inspirado?
Depois disso, me vi tendo uma pequena hora de inspiração e, desta vez, ao invés de usá-la e criar coisas maravilhosas, ou no mínimo libertadoras para mim mesmo, resolvi pensar na liberdade e na causa de o resultado de uma inspiração ser quase sempre algo como o vômito de partes importantes que pesavam no seu estômago e não te fazia tão bem...
Percebi, então de onde a inspiração vem e poderá sempre vir...
A inspiração vem da liberdade, ou de momentos livre, em que se deixa pensar no que se quer pensar, e mesmo que não possa agira spobre algo, acab-se, termina-se quase sempre pondendo recitar sobre seu próprio vômito e o que aquilo pode influenciar e redefinir os olhares de outras pessoas.
O que posso dizer além disso é que a arte é a única coisa realmente amável deste mundo.
Te amo Arte-Vômito.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O grande rio que ruma...

Sabe, era noite e tinha ficado frio de repente, sem ter nem pra quê. E o frio encostava e ardia dentro da sua orelha fria. E isso não era quente, nem nada, era triste e balbuciante. Ter você ao meu lado parece brilhante, esquece-se os diamantes. E a guerras, travadas dentro e fora dos vasos ou mins. Somos torturados ao nascer e ter que respirar o mesmo ar, antes respirados por restos. Sabe, querer sorrir e aproveitar, descansar e deitar se tornam novas opções sem muito apelo ou lógica. E tudo adquire um tom mais neutro, acizentado e parece querer te dominar e te faz querer sempre descansar. Pois suas retinas não aguentam mais fitar o nada enquanto a cabeça quase estoura de tantos pensamentos e sentimentos de merda que parecem sempre lindos e maravilhosos e resultam em dúvida, ciúme e rancor. Queria não pensar, esvasiar a mente e deixar fluir, sabe? Como aquele velho rio que parece sempre me fazer me olhar e seguir. Não aquele seguir que te faz querer chegar em algum lugar ou ser campeão de alguma coisa. Seguir apenas porque não há outra escolha e deixar rolar parece uma opção muito mais válida e coerente de se fazer, quando existe uma correnteza inteira te empurrando, mesmo que seja em direção a uma cachoeira deslumbrantemente caldolasa e alta.

sábado, 18 de junho de 2011

Subentender, a arte de sobre(viver) em sociedade

Ela realmente preferia conssentir e compreeder.

Por subentendido entenda-se apenas como o não-dito, mas entendível.

E preferível.

E quis subjulgar, antes mesmo de julgar.

As palavras, ou armas.

Caiu e calou.

Deitou e dormiu.

Sorriu e não rio.

Ela preferiu o navio.

E deixou subentedido a água e o frio.

Ou o calor do silêncio-dor.

Esqueceu seus versos e abriu mão do processo.

Dá trabalho construir alguma coia, mais fácil é (con)seguir.

Não agir e sempre, fruir.

Lembre-se sempre de corrigir.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O naufragar

Andei meio esquecido de mim mesmo e dos outros ao redor, andai pensando em não pensar.
Tô tentando parar de ter que ser alguém.
A vida é um rio, sim, e você deve deixar fluir.
Mas (além de não ser tão fácil se largar assim na mão de qualquer rio) existem partes, e muitas passagens que são caudalosas, agitadas, difíceis, doloridas e sem qualquer calmaria tão sonhada.
Sozinho.
E o solitário sempre enjoa da companhia de sua única parceira, a solidão.
Mas deseja...
E o desejo é como uma tentação, um pecado. Ser sempre atraido pela solidão.
E desejoso de um final feliz, quer apenas dormir, como sempre. Fechar os olhos, descansar e esperar chegar aquela hora em que o rio estará mais calmo, sem pedras ou outros obstáculos, mais fácil de navegar.
Mas, além disso tudo e um pouco acima, num lugar conhecido como coração ou cabeça, existe aquele preguiçoso, que cansou disso tudo, mas que lá no fundo continua a desejar, sonhar, um final mais calmo do que exatamente feliz.
A calma pode durar mais tempo que a felicidade.
E por isso negar aos desejos da carne, ou aos instintos, ou mesmo levantar, sair do barco e ver que o rio não é tão fundo assim, pisar na areia, ou pequenas pedras que têm no leito do rio, e então tomar o rumo da porra da sua vida, mesmo que para voltar atrás seja dificílimo.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Still Young

Um dia, uma mãe de um amigo meu me disse que acreditava que eu era punk e usou a seguinte justificativa:
- Ele ama ela.
Demorei alguns anos para perceber o quanto isto fazia realmente sentido para mim, ou, ao menos, para a lógica.
Fez sentido no dia em que substituí o "ama ela" por "tinha uma paixão exacerbada por ela".

Paixão.

Rubra, vital, quase sangue, paixão.
Talvez a única razão para estarmos vivos seja a paixão.
Temos paixões mil e todas são encaradas do mesmo modo.
Ao amar, ou seja, ultrapassar os limites de estar apaixonado, passamos a viver por aquele, aquela ou aquilo.
E gostamos de nos apaixonar.
Só uma vírgula,
Já percebeu que amar é verbo e paixão não?
Só um ponto.

P.S.: E nunca desistimos de uma paixão.

P.S.2: Se apaixonar pela liberdade e passar a amar ela é foda!

P.S.3: Não que seja fácil se apaixonar pela natureza humana, seus instintos e vontades, ou pela própria vida, com todas suas rotinas.

P.S.4: Mas amar o natural, selvagem, liberto, feliz é muito mais complicado.

P.S.5: Give a fucking shot one bullet in your brain, please.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Memórias

Sentir perder...
Sem ti, perdi...

Comigo aí,
Contigo, agi...

Por vezes tentei,
Por vozes, chorei...

Algozes abraçei,
Algumas vozes escutei...

Sem hora, te falei:
Senhora, te adorei.

sábado, 16 de abril de 2011

Tentativa #42

E eu gosto do barulho...
Adoro sons dissonantes.
Quero ver, sem perceber.
Prefiro nunca acordar
Eu gosto do sonho.

Quero minha boca seca
À espera do seu beijo,
Seu gosto
Ou o gosto da comida.

Prefiro não saber.
Prefiro não entender
Se amanhã vai chover
Ou se você vai aparecer.

Gosto de lembrar
Como cheguei
Ou porque estou aqui.

Eu adoro tentar...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sinceridade

Sob este ar,
Cansado,
Sem deuses ou musas
Ao meu lado,
Inspirar
Torna-se o ato
De tragar
O ar.

Fumaça,
Sólida ilusão,
Que se desmancha
Próxima ao chão.

E o ar,
Pesado,
Continua a me forçar.

Está,
cada segundo,
Mais difícil de levantar.

Sinceridade,
Fácil aceitar,
Difícil conquistar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Crenças, dores e amores

E talvez seja hora de acreditar em algo.
Existente ou não.

Parar de estar tão só, sempre.

Ter um porquê.
Ou ao menos, defender,
Com absoluta certeza,
O porquê.

E daí, passar a fazer
Por onde.
E aonde estiver,
Vai poder falar.
E assim olhar
Para dentro de si próprio
Tão facilmente quanto observa e entende os outros.

Sempre acreditei.
Nunca, nunca presenciei
O amor pleno.
Sem nenhum "a menos".

Ou mais...
Nunca vi aquele que satisfaz.

Será hora de desacreditar da dor
E parar de sofrer por amor?

Mas no ato, passo a acreditar no fervor.
E no tato, percebo de algo com muito mais valor.
E no contato, reparo que não há fato
Que vá curar, plenamente, essa dor.

Pois assim te reapresento o amor.

Te abraça e te entende.
Te toca e tu sentes,
Que ali está a única razão
De não andares mais em vão.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Reflexão sobre os dias úmidos e quentes de outono

Sabe aquelas horas, dias minutos, instantes em que se torna difícil até tragar o cigarro até o final? Não por estar enjoado, ou nada deste tipo, mas sim por estar cansado demais até para isso.
E o levitar e sorrir se tornam apenas lembranças boas de um tempo nostálgico.
Quando o seu olhar parece morto e você não tem força nenhuma para abri-lo e fitá-lo em quase ninguém.
E ninguém às vezes faz falta.
Não depender ou não ter que pensar em ninguém e nem ter que suportar seus pesos, conceitos e outras coisas fúteis (quando olhadas de fora).
Coisas sem importância alguma para a sua vida ou até mesmo para a vida deles próprios.
E, na verdade você sente vontade de gritar, cuspindo na cara deles, que eles precisam, assim como você próprio acordar e sonhar novamente com coisas menos proibidas que antes.
A doçura de ser inocente sem ter que se passar como falso.
E a delícia exuberantemente única de poder se sentir vazio, sem pensamentos, preocupações, conceitos, esferas, ninhos, relações ou qualquer coisa daquelas que te tirassem o sono por encomenda.
No fundo se trata apenas de conseguir olhar nos olhos daqueles que te interessam e não ter que pensar em milhões de explicações para isso.
Automaticamente, nos tornaremos apenas o resto de algo que podia ser brilhante.

Um dia na vida dela

Todo dia ela acordava com um pulo.
Ligava seu ipod encaixado numa caixinha de som.
E dançava desajeitadamente.
Trajava uma camisola amerelo claro, com um passarinho estampado.
Ia rebolando em direção ao banheiro.
Lavava o rosto, pegava seus óculos de hastes pretas na pia.
E ao encarar o espelho através das lentes, percebia haver algumas gotas de água.
Limpava-o na barra da camisola e sorria timidamente ao pôr os óculos de novo e se olhar, descabelada, no reflexo.
Despia a camisola e cobria com as mãos magras, seus pequenos seios.
Nunca se olhava nua, no espelho.
Tomava um banho quente, bem quente e simulava se tocar, apesar de nunca ter tido coragem de excitar seu próprio corpo até o gozo.
Tomava banho de óculos. Pois sem óculos, se sentia mais nua ainda.
Ao sair, se enxugava no banheiro e se trocava no quarto, onde podia continuar ouvindo as músicas que saiam de seu mp3, quase sempre doces e suaves.
Deixava deslizar pelo seu corpo, um vestidinho, com uma textura muito fina, daqueles que não se pode passar à ferro, com uma estampa de flores, que havia ganho da sua avó alguns anos atrás.
Prendia seu encaracolado cabelo num coque bem seguro, no topo da cabeça e deixava uma ou duas mexas cairem, parecendo pequenas molinhas.
Arrumava sua mochila, decorada com desenhos singelos e japoneses.
Dentro iria seu caderno, com capa cheia de flores, suas canetas coloridas e perfumadas.
E sempre deixava por último, o que considerava principal, seu estilete.
Ela sempre imaginava estar mais protegida por ter um estilete na mochila.
Nunca usou-o e nem saberia se conseguiria fazê-lo ao precisar.
Mas se sentia mais segura com ele.
Na tela do PC, ligado desde o dia anterior, conferia os downloads de séries e animes que havia deixado baixando, limpou a lista de downloads e pôs mais alguns para baixar.
Desceu as escadas e foi tomar seu, sempre desejado, copo de café puro.
Escovava os dentes com um cuidado excepcional, sempre pensava que aquele menino que a encatava, na escola, iria olhar, falar e beijar ela neste dia, mesmo ele nunca tendo nem notado sua presença.
Saia pela rua, andando por um clima ameno, com árvores floridas, a sombra delas, poucos carros, e folhas secas pelo chão.
Adorava este caminho.
Em menos de dez minutos, chegava a sua escola e se sentava num banco que parecia reservado para ela, onde podia ver todo mundo chegando (pricipalmente o menino que a deixava sem ar). Mas ninguém a conseguia ver, por ficar escondida perto de uma grutinha, com imagem de santa.
Era aplicada e podia-se perceber sua inabilidade de fazer e, principalmente, manter amigos.
Nunca comia na escola, morria de vergonha de pensar em mastigar na frente de seus colegas.
E mesmo não abrindo a boca, a não ser na hora em que os professores perguntavam algo, ela voltava sorrindo, pelo mesmo caminho sombreado da manhã.
Chegava em casa, almoçava com sua mãe, que também nunca dizia nada.
Voltava pro quarto e tentava de novo se tocar, desta vez pensando no menino do colégio.
E desistia, mais uma vez, por pensar em como o menino iria rir e caçoar do frágil e pequeno corpo dela, ao vê-lo nu.
Sem graça, iria assistir seus animes, que hoje eram eróticos.
Mas nem aquilo a excitava, pois não se punha nunca no lugar de uma mulher desejada.
Ao anoitecer, preferia ir dormir.
Sonhar com seu principezinho encantado que nunca a olhou.
Tentava dormir sem roupa, mas ao esbarrar em qualquer parte nua de seu corpo, se sentia constrangida e vestia sua camisola amarelinha.
Sonhava com um abismo e gostava de sentir a sensação de cair, em sonhos.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A folha branca sempre me parece tão mais interessante

Saber que ao virar as páginas de seu caderninho recém-comprado em qualquer mercadinho de bairro (ou condomínio), ele irá se deparar com mais e mais folhas em branco.
Esperam apenas existirem e esperam, ansiosamente, serem preenchidas de riscos ou palavras.
Ele admira a capacidade de ser folha em branco e passa a idolatrar aqueles que conseguem viver sem nada, apenas existindo, como folhas em branco e esperam serem escritas ou rabiscadas, mesmo sendo lindos, assim, em branco.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O hardcore nunca vai morrer, mas você vai...

Os parêmetros já foram traçados.
Os caminhos foram escolhidos.
Agora vamos brincar,
Vamos bagunçar,
Vamos dançar,
Vamos criar o caos
Ou o mal.

Vamos matar,
Vamos aproveitar,
Vamos transar.

Vamos não ligar,
Vamos desapegar,
Mas não totalmente.
Nunca consiguiríamos.

Vamos... não mais esperar.

Sim, queremos dançar.
Não queremos cuidar.

Queremos tudo,
Queremos mais.
Nada mais nos satisfaz.

E até o porquê foi esquecido.
Esquecemos até do perigo.

Mas já prevíamos.

"Vamos agitar a procura de um lar"
Mas esquecemos de perceber
Que o lar é seu ser.

quarta-feira, 2 de março de 2011

O desapego volta a bater em tua porta, mesmo que não queiras reconhecer o futuro

Acho que algum tipo de sabedoria nasce quando se desiste de julgar as coisas ou pessoas.
E é fato que jamais será conhecido, reconhecido, invetado, merecido ou desejado qualquer previsão, idéia ou relato sobre o futuro em si.
E em si, prefere procurar por ti.
Esquece-se de encontrar a si prórpio e mergulha num daqueles mares profundos e significativos, observados pelas lentes oculares, pupilas e outros corte-caminhos para a alma de outras pessoas.
Gosta, agora, de julgar não mais os outros, e sim a si próprio.
E lhe confere uma carga tão pesada e difícil de carregar, quanto pífia e vazia.
Dificulta seu próprio caminho inventando trejeitos de se reinventar por não estar satisto com sua própria imagem ou modo de vida.
Precisaríamos, então, também nos esquecer. And then, go on.
E tomaríamos um caminho quase impensável, rumo ao desapego.
Assim, nos tornaríamos livres?
Se parassemos de nos preocupar com absolutamente tudo e pudermos até nos apagar de nossa própria memória, seríamos felizes?
Sobrevida ou selvagem?
Comprar ou pagar?
Desejar ou amar?
Parar ou sonhar?
Ter ou desapegar?
Seria tão fácil soltar tudo a que nos prenderam a tanto tempo?
Seria seguro, desejoso?
Ou seria solitário e nos faria sentir desamparados e abandonados?
No fim a melhor opção sempre será tentar parar de notar tanto as coisas.
Desapegar até mesmo de suas opções, opiniões, conceitos, ideologias e crenças, mesmo aquelas não-intencionalmente grudadas em sua mente.
Soltar e deixar de tentar pegar tanto assim.
Só é possível voar assim, permanecendo vazios.
E lá nas nuvens, por sua vez, vai passar e talvez quebrar o próprio arco-irís, e verá que se tornou mais fácil, estar completo.

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Loucura

O problema dos dias atuais é que, além de estarmos todos loucos, encontramos outros que nos amam e encorajam nossa loucura.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Balbúcios de um coração que insiste em tentar ser pequeno

De repente, percebo que as pétalas daquelas rosas vermelhas, que me deste para mostrar a cor rubra e intensa de sua paixão, tem o mesmo toque sedoso, macio, acalentador, suave e liso da sua pele.
Gosto de perceber acasos loucos que me trazem até aqui.
Adoro lembrar das tardes e dos óculos como sonhos cinematográficos que gravaram em nossa memória para sempre.
Titubear é verbo velho e ultrapassado que não encaixa mais em parte alguma, entre nós.
Te tenho por inteira.
E saber que o toque da sua pele, o qual a rosa me fez recordar, pode ser tão simples e acessível como saber que poderei talvez tocar outras rosas, enquanto elas se encontram no mesmo vaso.
E posso sofrer a angústia do talvez, por ter mais opiniões...
E gosto de pensar naquele antigo amor.
E em como ele era calmo, terno, seguro, clichê e delicioso.
Mas em como, principalmente, ele se tornara chato após alguns anos de convivência e romantismo.
Mas a ternura nele me atraia.
E talvez, hoje eu não seja tão romântico por motivos que passam perto da inocência, perdida outrora.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Palavras Soletradas

Seu olhar...
Ah...!

Cabeiça abaixada,
Olhar levantado.

Fitando,
Perguntando,
Acalmando.

Sinto-me tardio.
Por não ter evaziado antes.
E gela o sangue.
Deixa o estômago vazio.

Faz e atrai
Olhar.
Parar (de)
Explicar.
Sem palavras soletradas.

Espero deixar
Palavras serem só palavras
E ditá-las
Sem esperar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

De vez em quando se batem comigo nas festas e percebem que estou lá.

E saber que os otários são sempre os mais sinceros e que acreditam nas pessoas.
Isso me faz pensar que hoje em dia todo gênio que deseje viver de sua criatividade, deve ser, no mínimo, engraçado.
E assim, vivemos num mundo de palhaços-de-festas-de-criança, daqueles com maquiagem de tinta guache e com a testa sempre suada.
Aprecia-se os filhos-da-puta.
Admira-se a mentira. E sim, a verdade quase sempre causa repúdio e faz os plausíveis se sentirem culpados e se esconderem.
Mas essa culpa, quando divertida ou engraçada, gera frutos, vale dinheiro e prestígio tardio.
E os palhaços sempre assustam os inocentes e as crianças. Principalmente aqueles que nos passam angústia e medo no olhar.

P.s.: Escrito em Novembro de 2010