sexta-feira, 29 de julho de 2011

O grande rio que ruma...

Sabe, era noite e tinha ficado frio de repente, sem ter nem pra quê. E o frio encostava e ardia dentro da sua orelha fria. E isso não era quente, nem nada, era triste e balbuciante. Ter você ao meu lado parece brilhante, esquece-se os diamantes. E a guerras, travadas dentro e fora dos vasos ou mins. Somos torturados ao nascer e ter que respirar o mesmo ar, antes respirados por restos. Sabe, querer sorrir e aproveitar, descansar e deitar se tornam novas opções sem muito apelo ou lógica. E tudo adquire um tom mais neutro, acizentado e parece querer te dominar e te faz querer sempre descansar. Pois suas retinas não aguentam mais fitar o nada enquanto a cabeça quase estoura de tantos pensamentos e sentimentos de merda que parecem sempre lindos e maravilhosos e resultam em dúvida, ciúme e rancor. Queria não pensar, esvasiar a mente e deixar fluir, sabe? Como aquele velho rio que parece sempre me fazer me olhar e seguir. Não aquele seguir que te faz querer chegar em algum lugar ou ser campeão de alguma coisa. Seguir apenas porque não há outra escolha e deixar rolar parece uma opção muito mais válida e coerente de se fazer, quando existe uma correnteza inteira te empurrando, mesmo que seja em direção a uma cachoeira deslumbrantemente caldolasa e alta.