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quinta-feira, 22 de julho de 2021

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Continue a andar e se recuse a recusar, enventualmente você irá achar um lugar, uma cura ou o que há de haver e de esperar. 
Continue a observar e se atente nos fatos que pode, sem se importar no que passa ou deixa de estar em sua visão limitada, graças a deus.
Parece que há e sempre houve algumas linhas, do tempo, do momento, mas é certo que isso nunca irá vir a importar, em, até mesmo, qualquer lugar.
O que sempre há de te encontrar e te fará reconhecer fatos sobre você é somente o agora, esquecendo passado, futuro ou pretérito (que é que isso ainda venha a significar).
Existe um caminho, o seu. Existe um. Aquele que se forma dia-a-dia e transforma sua rotina a cada ano que passa ou (re)encontro que te perpassa.
Não que haja um ditame ou destino, mas há o fortuito fato de que há você e só você poderia ser, só seus passos te fazem seguir e só sua própria gana de acordar sabe e te entende como é de fato estar.
Não tenha medo portanto de não saber onde pisar, se aquele passo é o mais correto, certeiro ou incerto. Ele é apenas seu passo. Seu caminho, sua parte. E renasce a cada amanhecer.

sábado, 28 de março de 2020

Porque Despetalar o Que Um Dia Te Deu Vida?

Se tem algo que nos torna humano, simples e unidos a tudo que existe, nessa ou em qualquer outra vida, essa coisa se chama amor.
E tenho certeza que essa é a única coisa compartilhada por todos os seres vivos. Porque a vida já é um chamado ao amor (ou a vida advém do amor).
Você precisa querer algo, para reproduzir aquilo. E não falo apenas de duas pessoas unidas pelo famigerado e até escurrarçado amor romântico. Falo aqui de todo o "gênero vida" que existe. Querer continuar, querer existir, pra tentar simplesmente seguir, transformar o estar aqui e gerar outros aquis, qual objetivo pode ser maior que isto?
Penso no poder do encontro, no poder em que isso, de algum modo, não foi aleatório. De alguma forma, todo amor se conecta e o que conecta as existências é o entendimento desse sentimento, desse fervor, desse verdadeiro louvor à vida.
Pensando em louvar, e com todo respeito à deusa unânime de toda a religião, a única onipresente, onisciente e onipotente: a espledorosa Gaia, a Mãe-terra, a Mãe-natureza, peço que continue nos banhando com o amor, e com as coisas advindas do amor, único conhecido gerador de vidas.
É o amor que une as partículas, é a vontade de existir, de se criar, de viver e respirar que gera e é gerado por nosso amor pela vida, é o amor de nossa espécie pela continuidade e criação de vida(s).
E portanto a natureza grita pelo respeito à ela, o respeito aos nossos anciões e a nossa essência... que é vida, gerada do amor, gerada da vontade. Seres pequenos, que poderiam se conectar com à Terra mais profundamente, se não menosprezasse o amor e a geração de vida que isso nos incita. E não digo apenas vida humana gerada, mas, também, como reciclagens de nossos seres, de nossas almas. A gente muda ao conhecer outra pessoa, a gente muda a amar alguém, seja esse alguém um ser que nasceu de você ou aquele você conheceu e reconheceu você mesmo por isso.
A Natureza ela endeusa a si mesma na criação da vida. Na geração de outras vidas. E todos os animais se reconhecem nisso, e um pode olhar pro outro e ter certeza que o que gerou toda aquela diversidade biológica e a força que elas tiveram pra continuar e evoluir e seguir, foi o amor.
Porque despetalar a Natureza, aquela que te deu vida? Porque desrespeitar a única lei deixada por muitos messias e mensagens da salvação, que é o amor, por saber que o amor é a unica coisa divina que possa existir?
Falha como espécie quando algum de nós passa a não se reconhecer no outro.
Amoroso, poderoso e único sentimento possível que é o de existir e gerar vidas, por encontros ou relações e respeitar e visualizar no outro a mesma capacidade e importância para nossa existência como espécie.
Sendo o mesmo, amando do mesmo jeito e só estando aqui por amar, e por querer dar continuidade à vida.
A Terra exige respeito, por ela e por todos humanos, que não são nada mais que uma de suas partes e devemos ser honrados e alimentados como deuses e detentores disso tudo aqui.
Nós geramos vida do amor. precisamos devolver amor a essa vida.

sábado, 17 de agosto de 2019

Um brinde a derrota (Ou Um viva ao medo da mudança)

Sabe daquela tarde,
que começou na saída da escola.
Em que chovia,
E que talvez
te dei
carona no meu guarda-chuva
porque você pediu.
Não, isso era outro dia.
Você, só mentiu.

E hoje, ainda chove
ainda é derrota.
Falta de azar,
Não querer mudar,
lutar contra o mar,
Tomar banho de chuva e
Chorar.

Ao invés de lutar,
chorar.
Ao invés de negar
chorar...
E nunca reconhecer
que o erro
é você.

terça-feira, 12 de junho de 2018

Amarelo

Ás vezes você dá a sorte de encontrar um passarinho, daqueles bem amarelinhos.
Ele tá com as asas quebradas e parece que sofreu tanto...
Você tem suas vivências e depois de tanto tempo nem acreditava que ainda dava pra encontrar tanta esperança num bichinho.
Ele não voa, mas quer voar e você, não quer mais perdê-lo.
Ele te conforta, ele te faz bem, mas ele não voa.
Você acha que só de ele estar ali vai te fazer bem, e assim você o impede de voar, diz que suas asas nunca mais vão se curar.
Ele acredita nisso e fica mal.
Ele quer voar, ele precisa sair e explorar.
Ele te trás amor, ele é amor e diz que mesmo se voasse iria voltar, sempre.
Você já perdeu alguns passarinhos, verdes, vermelhos. Mas um amarelinho assim, você nunca tinha visto.
De repente, ele volta a voar e te circunda.
Mas lembra de quem cortou suas asas e tem medo.
O medo.
Você tem medo.
Ele tem medo.
O medo toma forma, impede de voar, impede de amar.
Ele mora dentro de você, mas tá tão longe.
Você só queria tocar, só queria amar e queria que ele soubesse que suas asas, você nunca iria cortar.
Mas pior que cortar é aprisionar.
Por medo de não voltar, você cria uma gaiola dentro de você mesmo, pra ele, pra aquele lindo passarinho amarelo.
Mas ele desbota, ele chora.
Ele precisa voar.
E agora, você entende que de nada adianta achar e não deixar brilhar.
Você abre a gaiola e dói, como nunca doeu antes.
Mas ele voa e voa e voa e brilha e entoa:
'Sou amor e nunca viverei plenamente sem esse sabor.
Me deixa voar, me deixa ser quem eu sou e pra ti só vou te dar de volta minha cor.
Amarelo. Vivo. Forte e cativo.'
Ele vai embora, mas volta, todo dia e todo dia te trás uma nova alegria.
Solta e deixa voar.
O amor, nasceu pra brilhar.

Texto publicado originalmente na Revista NIHIL Ed. Especial - Dadá em Julho de 2018

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

rounded teeths

Dentes arredondados,
Meio que tratados por sua lingua, enquanto fala demais ou cala demais.
Olhos linkados e prontos pra perceber tudo a sua volta.

Envolta, sempre que possível, num belo ar de mistério.
Perfeitamente de ninguém.

E sua presença incomoda e acomoda.
Encontra outro, faz tua dança tão linda.

Ssonha o sonho e vive além da vida
Prefere ostentar algo maior que dinheiro.
Vida.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Começo do Inverno (Ou aquele dia em que o nó na garganta dá significado a palavra amor)

Vinte e um de junho.
Sempre confundido como o dia da noite mais longa.
O dia em que o frio toma conta e finalmente nos leva a olhar pra dentro.
Aquela velha máxima de que em dias mais frios nos tornamos mais introspectivos, mais sensíveis.
Eu, sempre preferi o frio e sim, você sabe.
Por isso e por você.
Pelo inverno. Pelo ar diferente, pela questão diferente.
E especialmente pelo amor.
Aquele velho mistério (talvez o mais velho do mundo), o amor.
E o que o amor tem haver com o frio?
Seria apenas porque no frio ficamos mais próximos, pra nos aquecer e acabamos por vezes nos aproximando mais do que fisicamente?
Será por causa daquele dia em que a menina que você amava na época lhe chamou pra dividir a proteção de seu guarda-chuva, naquela tempestade que caiu durante o caminho para a escola?
Ou será que é porque este dia sempre foi marcado por uma comemoração?
E sempre fui levado por esta confusão.
O inverno, que por muitos sempre foi amaldiçoado, por mim, e por nós sempre foi comemorado.
Era dia de alegria, não daquela alegria chata e monótona de verão. Mas da alegria de inverno. Alegria de frio, também conhecida como amor.
Lembrada como aquele abraço, molhado por lágrimas.
Lembrada como aquele choro no colo e o desespero característico de quem nunca soube realmente se acostumar com a levada frenética e ainda desconhecida da vida.
E venerada por aquele que era acalentado, aquele que era acalmado da forma mais funcional possível.
Venerada, como mãe.
Venerada como dona do inverno.
Como a única que consegue tirar os nós de minha garganta e me fazer falar, sorrir e chorar de verdade.
Venerada como santa.
Na verdade a única santa que conheci.
Venerada como muito mais que um exemplo, pois exemplos não amam.
E amor não é exemplo, é sentimento.

Vinte e dois de julho, segundo dia de inverno e começo do meu eterno lamento por nunca conseguir traduzir exatamente aquilo que gostaria de lhe declarar.
Por incapacidade de poder descrever e escrever perfeitamente sobre o amor.

Eu te amo Inverno.
Eu te amo Frio.
Eu te amo Amor.
Eu te amo Amiga.
Eu te amo Mãe.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Casa Branca Perfumada e o Mar (Ou Alegoria para confiança II)

Ele sorria pela manhã, com a barba sempre bem feita, cabelos longos e encaracolados, soltos e bem lavados.
Ele vestia boas roupas, boas marcas e usava os melhores perfumes, com aromas que duravam até à tardinha, na hora que ele voltava do trabalho.
Eu lembro dele escovando os dentes, olhando fixamente e confiantemente naquele espelhinho que abria e ficava embutido na parede, enquanto eu ainda andava pela casa, sonso de sono, sentindo seu perfume e o cheirinho do café que vinha da cozinha.
Ele não seguia nenhum ritual, nem acreditava em deus, ao menos não tanto e nem perdia seu tempo entoando cânticos de proteção, naquela época nem ele, nem eu precisavámos de mais proteção que aquela casa branca.
Ele mostrava confiança, seu olhar parecia sempre dizer para seguir em frente.
E eu sempre tinha muita vontade de abraçar ele.
Ele me segurava pela cintura e me levantava bem alto, na altura do seu olhar e me olhava fixamente nos olhos, passando sua sabedoria de uma barba (que fazia falta) apenas pelo olhar.
Um dia, ele me levou pra praia, com todos os primos.
Ele me levava pela mão e ao chegar no mar, me pôs em seus ombros, foi andando como se seu corpo não estivesse imerso. Em seus braços, seguravam os outros meninos e meninas que eram puxados, mar a dentro.
Chegamos num arrecife e ele me pôs lá em cima. Era alto, um pouco mais alto de que a cabeça dele (que era a única parte de seu corpo que continuava para fora d'água).
Os outros meninos e meninas subiram escalando.
Só havia ele mesmo na água em baixo e ele foi pedindo pra cada um pular.
Me deixou por último.
Olhou no meu olho e fez um gesto com os braços abertos me chamando como para um abraço.
Seu rosto não era tão confiante naquele dia.
Parecia que esperava e sentia tudo que poderia vir a acontecer.
Parecia entender que tudo mudaria e aos poucos ficaria cada vez mais difícil acreditar nas possibilidades, acreditar na incerteza, na falta de explicações, no não-seguro, no liberto.
Ele me via como uma insegurança. Não podia controlar, e mesmo assim queria que eu pulasse.
Pulei e vi as mãos dele cercando e seguindo minha cintura no ar.
Estava feliz, ele iria me segurar e tudo ia acabar bem, como numa outra manhã qualquer.
Mas me enganei, ele apenas acompanhou minha queda direto na água salgada do mar, com os braços por perto, mas sem tocar em mim.
Fiquei submerso. Senti o frio, o gelado, o sal da água.
Me puxou e atrás daquela cortininha de água que caia sobre meus olhos, vi os olhos dele, sorrindo. Sorriso de orgulho, orgulho de poder tirar de mim a felicidade de não esperar nada.
E O gosto salgado me vêm a boca toda vez que penso em confiança. Ou no passado.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Segurar e Soltar (ou Alegoria Para Confiança I)

Existem duas coisas que, do fundo da minha alma, queria fazer com você antes de o dia não existir mais.
E por ser você, e por ser agora, e por ser apenas mais um inspirar fraco e senil, seriam dois dos melhores momentos de nossas vidas.
E vai parecer que desde o dia que conseguimos enxergar o mundo, nossos olhos clamavam pela facilidade daqueles momentos, e que depois, eles e todos os outros orgãos, (que de alguma maneira se modificam ao sinal de qualquer sentimento forte demais, como quando perto de alguém desejável demais para não dar um 'oi' e que o estômago esfria subitamente) do nosso corpo palpável pudesse simplesmente morrer depois daquilo.
E o tempo, as horas e o resto do perceptível temporal, estariam finalmente em ordem, e não mais passariam tão angustiamente devagar, como em dias difíceis de terminar, ou descepcionantemente rápidos, como em dias que deixaram de existir pela possibilidade de algo bom no horizonte próximo.
O toque de nossas peles, somente naquele momento, dará a perceber que a minha pele e a sua são apenas continuações lógicas e suaves uma da outra, vai ser fácil tocar e ser tocado.
O oxigênio que for inspirado será puro e parecerá mágico, como uma droga perfeita que nos dará confiança, segurança, compaixão, sensibilidade e principalmente serenidade.
Primeiro gostaria de dormir com você e sentir sua presença próxima, mais próxima até que antes. Fazendo meu corpo perceber o toque suave da sua áurea e entendendo quase tudo que você resolveu um dia chamar de 'eu'.
E depois, gostaria de acordar bem cedo, alguns minutos antes de você e quando abrir meus olhos poder ter a grande e perfeita surpresa de ter seu rosto coberto pela inocência pura, perigosa e insegura de um sonho, bem na minha frente.
E poder absorver destas cenas a sintése verdadeira e lógica da única razão para continuar acreditando no ser humano: a imagem de seus olhos fechados e quase totalmente confiantes em mim, que dormi ao seu lado.