Mostrando postagens com marcador Carta. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Carta. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Aperte o Botão Pra Continuar

Continue a andar e se recuse a recusar, enventualmente você irá achar um lugar, uma cura ou o que há de haver e de esperar. 
Continue a observar e se atente nos fatos que pode, sem se importar no que passa ou deixa de estar em sua visão limitada, graças a deus.
Parece que há e sempre houve algumas linhas, do tempo, do momento, mas é certo que isso nunca irá vir a importar, em, até mesmo, qualquer lugar.
O que sempre há de te encontrar e te fará reconhecer fatos sobre você é somente o agora, esquecendo passado, futuro ou pretérito (que é que isso ainda venha a significar).
Existe um caminho, o seu. Existe um. Aquele que se forma dia-a-dia e transforma sua rotina a cada ano que passa ou (re)encontro que te perpassa.
Não que haja um ditame ou destino, mas há o fortuito fato de que há você e só você poderia ser, só seus passos te fazem seguir e só sua própria gana de acordar sabe e te entende como é de fato estar.
Não tenha medo portanto de não saber onde pisar, se aquele passo é o mais correto, certeiro ou incerto. Ele é apenas seu passo. Seu caminho, sua parte. E renasce a cada amanhecer.

sábado, 28 de março de 2020

Porque Despetalar o Que Um Dia Te Deu Vida?

Se tem algo que nos torna humano, simples e unidos a tudo que existe, nessa ou em qualquer outra vida, essa coisa se chama amor.
E tenho certeza que essa é a única coisa compartilhada por todos os seres vivos. Porque a vida já é um chamado ao amor (ou a vida advém do amor).
Você precisa querer algo, para reproduzir aquilo. E não falo apenas de duas pessoas unidas pelo famigerado e até escurrarçado amor romântico. Falo aqui de todo o "gênero vida" que existe. Querer continuar, querer existir, pra tentar simplesmente seguir, transformar o estar aqui e gerar outros aquis, qual objetivo pode ser maior que isto?
Penso no poder do encontro, no poder em que isso, de algum modo, não foi aleatório. De alguma forma, todo amor se conecta e o que conecta as existências é o entendimento desse sentimento, desse fervor, desse verdadeiro louvor à vida.
Pensando em louvar, e com todo respeito à deusa unânime de toda a religião, a única onipresente, onisciente e onipotente: a espledorosa Gaia, a Mãe-terra, a Mãe-natureza, peço que continue nos banhando com o amor, e com as coisas advindas do amor, único conhecido gerador de vidas.
É o amor que une as partículas, é a vontade de existir, de se criar, de viver e respirar que gera e é gerado por nosso amor pela vida, é o amor de nossa espécie pela continuidade e criação de vida(s).
E portanto a natureza grita pelo respeito à ela, o respeito aos nossos anciões e a nossa essência... que é vida, gerada do amor, gerada da vontade. Seres pequenos, que poderiam se conectar com à Terra mais profundamente, se não menosprezasse o amor e a geração de vida que isso nos incita. E não digo apenas vida humana gerada, mas, também, como reciclagens de nossos seres, de nossas almas. A gente muda ao conhecer outra pessoa, a gente muda a amar alguém, seja esse alguém um ser que nasceu de você ou aquele você conheceu e reconheceu você mesmo por isso.
A Natureza ela endeusa a si mesma na criação da vida. Na geração de outras vidas. E todos os animais se reconhecem nisso, e um pode olhar pro outro e ter certeza que o que gerou toda aquela diversidade biológica e a força que elas tiveram pra continuar e evoluir e seguir, foi o amor.
Porque despetalar a Natureza, aquela que te deu vida? Porque desrespeitar a única lei deixada por muitos messias e mensagens da salvação, que é o amor, por saber que o amor é a unica coisa divina que possa existir?
Falha como espécie quando algum de nós passa a não se reconhecer no outro.
Amoroso, poderoso e único sentimento possível que é o de existir e gerar vidas, por encontros ou relações e respeitar e visualizar no outro a mesma capacidade e importância para nossa existência como espécie.
Sendo o mesmo, amando do mesmo jeito e só estando aqui por amar, e por querer dar continuidade à vida.
A Terra exige respeito, por ela e por todos humanos, que não são nada mais que uma de suas partes e devemos ser honrados e alimentados como deuses e detentores disso tudo aqui.
Nós geramos vida do amor. precisamos devolver amor a essa vida.

domingo, 15 de março de 2020

Se(nti)r

Se mostra, do jeito que te for mais confortável. Não precisa falar de cara, nem fingir um pedaço. Só que seja amigável.

E até da tua abordagem, eu tiro: tu me demonstra abrigo (O que me deixa tão, tão menos aflito). Às vezes é só o que preciso: observar teu desejo, se(nti)r tua vontade. De verdade, quando o outro precisa de você, você sente, por mais que pareça inconsequente.

É o tal verbo eloquente.

Alto e alterado, preso no meu sincero fracasso, meu único descompasso se torna você, seu olhar, seu observar, seu tentar falar, sua novidade anunciar.

Você é um sonho que tive acesso e somente o que te peço é o nosso processo. Que ele seja concreto e etéreo ou como tiver que ser e vem-sendo. Tão mágico ver ele crescendo.

Até sua pele me atrai e eu nem me recomendo mais.

Algo tão perto, mas tão longe assim. Como deve ser complexo, o sonho do arlequim? A mim, você me parece enfim, dentro de mim e num relapso de costume te mostro pra você. E agora até teu perfume, é algo impossível de esquecer.

Mostra então o que pensa de mim do teu jeito, aquele que lhe for mais afim. Porque somente assim poderei me ver dentro de ti, aproveitando o fim pra te ocorrer um pouco de si.

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Vazio#19

A falta que coisas simples e pequenas
Me fazem.

Me complicam.
Me confundem.
Me interpelam.
Me guiam em direção a outro abismo, dessa vez,
Sem ninguém.

E os compromissos se vão e se perdem.
E a dor não diminui.

A falta de tempos mais coloridos,
Mais amarelo-vivo.

Queria te odiar,
Mas não consigo.
Queria me libertar,
Sempre há perigo.

Periga de eu me perder e não conseguir mais encontrar o caminho de volta.
O vazio que aparece em meu intimo quando começo a chorar, vai e me devora.
E pra que a volta?

Voltar a pedaços e mais pedaços de puras idealizações projetadas,
Criadas e alimentadas por uma vontade infantil de amor e proteção.

E que se destrua a instituição,
A moral,
O conceito,
E tal.

Mas quem consegue destruir o amor?

Hoje, maldito,
Perseguido por toda tela de vidro,
Desprezado e confundido
Ao(s) vivo(s).

terça-feira, 12 de junho de 2018

Amarelo

Ás vezes você dá a sorte de encontrar um passarinho, daqueles bem amarelinhos.
Ele tá com as asas quebradas e parece que sofreu tanto...
Você tem suas vivências e depois de tanto tempo nem acreditava que ainda dava pra encontrar tanta esperança num bichinho.
Ele não voa, mas quer voar e você, não quer mais perdê-lo.
Ele te conforta, ele te faz bem, mas ele não voa.
Você acha que só de ele estar ali vai te fazer bem, e assim você o impede de voar, diz que suas asas nunca mais vão se curar.
Ele acredita nisso e fica mal.
Ele quer voar, ele precisa sair e explorar.
Ele te trás amor, ele é amor e diz que mesmo se voasse iria voltar, sempre.
Você já perdeu alguns passarinhos, verdes, vermelhos. Mas um amarelinho assim, você nunca tinha visto.
De repente, ele volta a voar e te circunda.
Mas lembra de quem cortou suas asas e tem medo.
O medo.
Você tem medo.
Ele tem medo.
O medo toma forma, impede de voar, impede de amar.
Ele mora dentro de você, mas tá tão longe.
Você só queria tocar, só queria amar e queria que ele soubesse que suas asas, você nunca iria cortar.
Mas pior que cortar é aprisionar.
Por medo de não voltar, você cria uma gaiola dentro de você mesmo, pra ele, pra aquele lindo passarinho amarelo.
Mas ele desbota, ele chora.
Ele precisa voar.
E agora, você entende que de nada adianta achar e não deixar brilhar.
Você abre a gaiola e dói, como nunca doeu antes.
Mas ele voa e voa e voa e brilha e entoa:
'Sou amor e nunca viverei plenamente sem esse sabor.
Me deixa voar, me deixa ser quem eu sou e pra ti só vou te dar de volta minha cor.
Amarelo. Vivo. Forte e cativo.'
Ele vai embora, mas volta, todo dia e todo dia te trás uma nova alegria.
Solta e deixa voar.
O amor, nasceu pra brilhar.

Texto publicado originalmente na Revista NIHIL Ed. Especial - Dadá em Julho de 2018

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Vinte 3

E ao começar, alcança caminhos antes inexplorados
e te faz vim-ver.
Olha para o lado e realmente nunca se vê.
Mas quando ela se permite, existe,
e da flor nasce algo além-triste
percebe-se que foi perda de tempo
e que esperar quase-ano por esse momento
nos faz inexatos, perdidos e compactos.
Sabe-se que lá fora há
sempre flores, frutos e ar.
Então me diz
pra que esperar a primavera para ser feliz?

sábado, 3 de maio de 2014

Pietra

Pedra, linda pedra, polida pedra, és um ser?
Pois sim, claro que és.
Acordas a noite e o vento te perpassa.
Vem no frio e dorme no rio.
Onda, as ondulações te envolvem e desenvolvem
Seus meios, meus anseios.
Acerca da vida nada pode falar mais sobre ela que a PEDRA.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Saudades! (Ouço seu nome...)

Fazia tempo que a palavra saudade não fazia tanto efeito...
É pesado ter um filho e não poder ser mais fraco.
Faz falta seus braços e sua intenção única, amor puro e sem ciúmes.
Sabe entender e fala só pelo silêncio.
Te amo muito mais do que eu mesmo possa imaginar.
E como é difícil não se entregar às lágrimas, só pelo prazer de te abraçar.
Te usar um pouco como a melhor almofada afogadora de mágoas...
É tão puro e tão óbvio que dói não poder ser mais fraco.
Te amo mais do que posso aguentar e me esqueço de não pensar.
Não se preocupar é sinônimo de mãe.
Demorei pra perceber.
Nunca te esquecerei.
Nem ousaria deixar de te amar, de precisar
e de chorar só de lembrar da sua cara igual a minha.
Desculpa, mas só você sabe não me deixar pensar.
E relaxar.
Obrigado por me amar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Por ti...

Gostaria,
meu caro,
de te fazer um único pedido,
então:
me deixe sozinho.

Não me procure,
nem deixe ninguém o fazer.

Me deixe só.
Me deixe aqui com minhas angústias.

Deixe que os meus medos,
receios
e lamentos interiores
me fitem diretamente em meus olhos.

Preciso conhecê-los
e enfrentá-los
em um nível pessoal.

Sinto falta das palavras
solitárias e únicas
que saem da minha boca
enquanto estou vazio.

Preciso direcionar,
apenas por algumas horas,
ou alguns anos,
a minha inteira atenção a mim,
meu coração e,
especialmente meus medos escondidos.

Chegou a hora de re-virar
meu olhar para dentro.

Preciso de distância das horas,
do tempo,
dos deveres
e da bendita razão.

Só assim,
depois,
vou poder e conseguir
me dar por completo,
me entregar,
me soltar,
deixar fluir.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Todos os homens merecem respeito e silêncio, ao morrer.

De repente a visão escureceu e o funcionário caiu, desacordado em seu trajeto diário e monótono de vinda ao trabalho, ao laboro.
Só deu tempo de ver a carreta desgovernada (ou governada pela mão do destino) e de sentir o aperto do maior abraço que já recebeu, sentiu como se seu pai o abraçasse e chorando, depositasse dentro dele todo o orgulho que existe no mundo.
O aperto o esmagou. Era a carreta que havia tombado, ou passado por cima de seu corpo que agora falece, desacordado e sem visão no asfalto.
Seu sonho era saber. Sua maior vontade era conhecer e versar sobre tudo.
Morreu esquecendo de aprender que o ápice da vida era a morte. E que nada dura muito tempo.
Foi bom e fez sua parte.
Morreu digno.
Mas faleceu sem luto.
O trabalho continuou e seus colegas choraram sua morte, mas seu chefe não fechou as portas e manteve rédeas curtas sob estas lágrimas.
Chore e trabalhe, atenda e sorria.
"O que vamos fazer com suas demandas?
E agora?"
E agora, ele morreu e todo dinheiro do mundo não pôde salvá-lo.
Assim como não vai salvar nem seus colegas, nem seus parentes e nem seus chefes.
Que mesmo sentindo orgulho dele, continuaram e não lhe deram nem um dia, seu pensamento completo.
Descanse em paz,
Davi.
E saiba que sua semente está crescendo, aqui e em todo lugar por onde pisou.
Todos os homens merecem respeito e silêncio, ao morrer.

12.07.2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Começo do Inverno (Ou aquele dia em que o nó na garganta dá significado a palavra amor)

Vinte e um de junho.
Sempre confundido como o dia da noite mais longa.
O dia em que o frio toma conta e finalmente nos leva a olhar pra dentro.
Aquela velha máxima de que em dias mais frios nos tornamos mais introspectivos, mais sensíveis.
Eu, sempre preferi o frio e sim, você sabe.
Por isso e por você.
Pelo inverno. Pelo ar diferente, pela questão diferente.
E especialmente pelo amor.
Aquele velho mistério (talvez o mais velho do mundo), o amor.
E o que o amor tem haver com o frio?
Seria apenas porque no frio ficamos mais próximos, pra nos aquecer e acabamos por vezes nos aproximando mais do que fisicamente?
Será por causa daquele dia em que a menina que você amava na época lhe chamou pra dividir a proteção de seu guarda-chuva, naquela tempestade que caiu durante o caminho para a escola?
Ou será que é porque este dia sempre foi marcado por uma comemoração?
E sempre fui levado por esta confusão.
O inverno, que por muitos sempre foi amaldiçoado, por mim, e por nós sempre foi comemorado.
Era dia de alegria, não daquela alegria chata e monótona de verão. Mas da alegria de inverno. Alegria de frio, também conhecida como amor.
Lembrada como aquele abraço, molhado por lágrimas.
Lembrada como aquele choro no colo e o desespero característico de quem nunca soube realmente se acostumar com a levada frenética e ainda desconhecida da vida.
E venerada por aquele que era acalentado, aquele que era acalmado da forma mais funcional possível.
Venerada, como mãe.
Venerada como dona do inverno.
Como a única que consegue tirar os nós de minha garganta e me fazer falar, sorrir e chorar de verdade.
Venerada como santa.
Na verdade a única santa que conheci.
Venerada como muito mais que um exemplo, pois exemplos não amam.
E amor não é exemplo, é sentimento.

Vinte e dois de julho, segundo dia de inverno e começo do meu eterno lamento por nunca conseguir traduzir exatamente aquilo que gostaria de lhe declarar.
Por incapacidade de poder descrever e escrever perfeitamente sobre o amor.

Eu te amo Inverno.
Eu te amo Frio.
Eu te amo Amor.
Eu te amo Amiga.
Eu te amo Mãe.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Carta ao passado (ou Carta a amigo)

Eu lembro daquele dia como um sonho... Daqueles que parece tão real que é fantasioso. Etéreo, molhado, sujo e que acabou por lavar, uma ou duas almas.
Sai leve e realizado.
Sabe, acabo por imaginar que alguns dias nesses anos vividos intensamente marcaram por completo nossas vidas, e ditaram todos os outros dias que iriam por vir.
Tudo, a cada dia que se passa, parece menos coincidência. Tenho certeza que o que aconteceu, tinha que acontecer e o que virá a acontecer terá que existir, aqui, em mim, em você, em todos nós que nos cercamos por um único deus, que guiou nossas vidas e sempre guiará, o deus-eu (conhecido também como o deus-vontade).
Você me inspira, a Você me excita me inspira, as nossas vidas me inspiram.
Espero nunca perder aquela centelha, aquele foguinho que fazia tudo girar e ainda faz.
Foi dele, deste fogo, desta tentativa de delícia, que nasceu Marcel, Mariano e irá nascer muitos outros.
Que já vieram com algumas pequenas missões, sendo a maior delas mudar o mundo.
Sabe, agora posso dizer que sou feliz, por ter vivido e percebido que nada é por simples acaso. E que realmente todas as nossas pequenas decisões e fugas, e palavras e atos, acabaram por direcionar nossos caminhos, que acabarão de qualquer forma num abismo, escuro e solitário, mas até chegar nele, mexeremos, chocaremos e nos mostraremos ao mundo, de uma forma ou de outra.
Te amo e amo nosso caminho.
Agora vejo que poderemos ser amigos, talvez amigos de verdade, com mais calma, com mais tempo e com certeza, com um pouco menos de agonia, pouco menos de segredos e quase nenhum medo.
Espero te ver e sentar por aí em alguma reitoria ou um parque confortável, ouvir uma ou duas músicas que nos marcaram, acender aquele velho cigarro e dormir com o coração bem menos apertado.
Tendo certeza que o amanhã vai ser. Simplesmente ser, como sempre foi.

sábado, 31 de dezembro de 2011

2012

There is the last day of two thousand eleven,
Welcome two thousand twelve, the last year of ours lives.
And there is nothing to enjoy.
And there is nothing to be proud.
And there is nothing...

E não há nada mais para se dizer, falar e ouvir.
Já passamos por tudo ou quase tudo e nada mais brilha ou deixa de brilhar.
Os sonhos foram esquecidos e o pesar parece quase eterno.
Precisamos de ar, cercados, porém de ar poluído ou diluído por nossas pupilas e/ou papilas.
Gostamos de nossas vidas, mas queremos ter algo para viver. Para fazer, ou ao menos para olhar e chorar.
Chega de tanta teoria, chega de tantas formas de se viver e de se fazer.
É o que nosso corpo nos exige e não sabemos e temos preguiça de saber (ou raiva de quem sabe) ou fazer.
O que importa passou e deixou só o rastro.
Vivemos no rastro.
Na rebarba, ou no intervalo entre duas linhas regulares.
Ser e não ser.
Pensar e comprar.
Existir e copiar.
Passado e futuro.
Norte e sul.

1988 - 2012

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Still Young

Um dia, uma mãe de um amigo meu me disse que acreditava que eu era punk e usou a seguinte justificativa:
- Ele ama ela.
Demorei alguns anos para perceber o quanto isto fazia realmente sentido para mim, ou, ao menos, para a lógica.
Fez sentido no dia em que substituí o "ama ela" por "tinha uma paixão exacerbada por ela".

Paixão.

Rubra, vital, quase sangue, paixão.
Talvez a única razão para estarmos vivos seja a paixão.
Temos paixões mil e todas são encaradas do mesmo modo.
Ao amar, ou seja, ultrapassar os limites de estar apaixonado, passamos a viver por aquele, aquela ou aquilo.
E gostamos de nos apaixonar.
Só uma vírgula,
Já percebeu que amar é verbo e paixão não?
Só um ponto.

P.S.: E nunca desistimos de uma paixão.

P.S.2: Se apaixonar pela liberdade e passar a amar ela é foda!

P.S.3: Não que seja fácil se apaixonar pela natureza humana, seus instintos e vontades, ou pela própria vida, com todas suas rotinas.

P.S.4: Mas amar o natural, selvagem, liberto, feliz é muito mais complicado.

P.S.5: Give a fucking shot one bullet in your brain, please.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O hardcore nunca vai morrer, mas você vai...

Os parêmetros já foram traçados.
Os caminhos foram escolhidos.
Agora vamos brincar,
Vamos bagunçar,
Vamos dançar,
Vamos criar o caos
Ou o mal.

Vamos matar,
Vamos aproveitar,
Vamos transar.

Vamos não ligar,
Vamos desapegar,
Mas não totalmente.
Nunca consiguiríamos.

Vamos... não mais esperar.

Sim, queremos dançar.
Não queremos cuidar.

Queremos tudo,
Queremos mais.
Nada mais nos satisfaz.

E até o porquê foi esquecido.
Esquecemos até do perigo.

Mas já prevíamos.

"Vamos agitar a procura de um lar"
Mas esquecemos de perceber
Que o lar é seu ser.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Nada pode ser mais sincero que a arte (Ou O fim dos óculos vermelhos)

Sabe, sofia, não é tão fácil quanto parece.
Não pelo menos pra mim.
Nunca foi fácil amar e ser amado.
Eu sempre vivi assim, sob o efeito angustiante e eterno do, famigerado, amor platônico.
Sempre pensei em não me importar com nada, muito menos com a quantidade de amor que eu iria desperdiçar.
Mas, bebê, você me fez amar tão rápido e intensamente, que eu arriscaria dizer que não podia ser verdade. E, no fim, não era.
Tentei negar meu escritos, meus sentimentos, meus quadros, minhas desconfianças, mas era tudo real.
Era tudo triste e não tão satisfeito assim.
Eu pensava estar satisfeito.
Sim, eu já dizia ser feliz e sempre respondia que estava ótimo.
Mas não percebia que minha arte não estava nem um pouco alegre.
Percebi que tinha algo errado.
Mas, olha, te digo que você finge muito bem.
Seu objetivo foi concluído.
Conquistou-me.
E com o que queria nas mãos, parou de seguir em frente com a tentativa de, realmente, se entregar.
Claro, nem havia porque, pois eu mesmo já havia te entregado tudo.
Eu mesmo havia sugado toda responsabilidade daquilo que chamam amor pra mim.
Agora, me sinto descepcionado com as pessoas.
Descepcionado com o modo como elas levam a vida, ou, ainda, em como elas simplesmente ignoram qualquer outra fonte de sentimento, que não seja seu próprio peito.
Me sinto vazio e oco.
Despejei meu intimo numa bandeja e te servi, em pratos de prata.
Você se deliciou. Mas enjoou.
Nem pensou no quanto é difícil ser desejável por alguém.
Seus olhos me diziam coisas lindas e eu acreditava, acostumado a acreditar no 'espelho da alma'.
Mas esquecia sempre dos óculos vermelhos e de sua insegurança.
Sofri.
Vazio.
Angústia.
Desnorteamento.
Inutilidade.
Mas principalmente, fui inocente demais pra acreditar em qualquer coração que não o meu.
Saber que não vou ter mais o que me fazia dizer estar satisfeito.
Ou, ainda, saber que tudo que me fazia satisfeito era tão frágil (ou talvez nem existisse) que duraou apenas uns poucos meses, e mudou de um dia para o outro, como uma badtrip, que parece sonho e se torna dor.
Lembra aquele dia que chorei na praia?
Lembra como eu parecia desesperado?
Naquele dia eu TINHA que ter percebido que não era tão real assim, do seu lado.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

A Casa Branca Perfumada e o Mar (Ou Alegoria para confiança II)

Ele sorria pela manhã, com a barba sempre bem feita, cabelos longos e encaracolados, soltos e bem lavados.
Ele vestia boas roupas, boas marcas e usava os melhores perfumes, com aromas que duravam até à tardinha, na hora que ele voltava do trabalho.
Eu lembro dele escovando os dentes, olhando fixamente e confiantemente naquele espelhinho que abria e ficava embutido na parede, enquanto eu ainda andava pela casa, sonso de sono, sentindo seu perfume e o cheirinho do café que vinha da cozinha.
Ele não seguia nenhum ritual, nem acreditava em deus, ao menos não tanto e nem perdia seu tempo entoando cânticos de proteção, naquela época nem ele, nem eu precisavámos de mais proteção que aquela casa branca.
Ele mostrava confiança, seu olhar parecia sempre dizer para seguir em frente.
E eu sempre tinha muita vontade de abraçar ele.
Ele me segurava pela cintura e me levantava bem alto, na altura do seu olhar e me olhava fixamente nos olhos, passando sua sabedoria de uma barba (que fazia falta) apenas pelo olhar.
Um dia, ele me levou pra praia, com todos os primos.
Ele me levava pela mão e ao chegar no mar, me pôs em seus ombros, foi andando como se seu corpo não estivesse imerso. Em seus braços, seguravam os outros meninos e meninas que eram puxados, mar a dentro.
Chegamos num arrecife e ele me pôs lá em cima. Era alto, um pouco mais alto de que a cabeça dele (que era a única parte de seu corpo que continuava para fora d'água).
Os outros meninos e meninas subiram escalando.
Só havia ele mesmo na água em baixo e ele foi pedindo pra cada um pular.
Me deixou por último.
Olhou no meu olho e fez um gesto com os braços abertos me chamando como para um abraço.
Seu rosto não era tão confiante naquele dia.
Parecia que esperava e sentia tudo que poderia vir a acontecer.
Parecia entender que tudo mudaria e aos poucos ficaria cada vez mais difícil acreditar nas possibilidades, acreditar na incerteza, na falta de explicações, no não-seguro, no liberto.
Ele me via como uma insegurança. Não podia controlar, e mesmo assim queria que eu pulasse.
Pulei e vi as mãos dele cercando e seguindo minha cintura no ar.
Estava feliz, ele iria me segurar e tudo ia acabar bem, como numa outra manhã qualquer.
Mas me enganei, ele apenas acompanhou minha queda direto na água salgada do mar, com os braços por perto, mas sem tocar em mim.
Fiquei submerso. Senti o frio, o gelado, o sal da água.
Me puxou e atrás daquela cortininha de água que caia sobre meus olhos, vi os olhos dele, sorrindo. Sorriso de orgulho, orgulho de poder tirar de mim a felicidade de não esperar nada.
E O gosto salgado me vêm a boca toda vez que penso em confiança. Ou no passado.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Segurar e Soltar (ou Alegoria Para Confiança I)

Existem duas coisas que, do fundo da minha alma, queria fazer com você antes de o dia não existir mais.
E por ser você, e por ser agora, e por ser apenas mais um inspirar fraco e senil, seriam dois dos melhores momentos de nossas vidas.
E vai parecer que desde o dia que conseguimos enxergar o mundo, nossos olhos clamavam pela facilidade daqueles momentos, e que depois, eles e todos os outros orgãos, (que de alguma maneira se modificam ao sinal de qualquer sentimento forte demais, como quando perto de alguém desejável demais para não dar um 'oi' e que o estômago esfria subitamente) do nosso corpo palpável pudesse simplesmente morrer depois daquilo.
E o tempo, as horas e o resto do perceptível temporal, estariam finalmente em ordem, e não mais passariam tão angustiamente devagar, como em dias difíceis de terminar, ou descepcionantemente rápidos, como em dias que deixaram de existir pela possibilidade de algo bom no horizonte próximo.
O toque de nossas peles, somente naquele momento, dará a perceber que a minha pele e a sua são apenas continuações lógicas e suaves uma da outra, vai ser fácil tocar e ser tocado.
O oxigênio que for inspirado será puro e parecerá mágico, como uma droga perfeita que nos dará confiança, segurança, compaixão, sensibilidade e principalmente serenidade.
Primeiro gostaria de dormir com você e sentir sua presença próxima, mais próxima até que antes. Fazendo meu corpo perceber o toque suave da sua áurea e entendendo quase tudo que você resolveu um dia chamar de 'eu'.
E depois, gostaria de acordar bem cedo, alguns minutos antes de você e quando abrir meus olhos poder ter a grande e perfeita surpresa de ter seu rosto coberto pela inocência pura, perigosa e insegura de um sonho, bem na minha frente.
E poder absorver destas cenas a sintése verdadeira e lógica da única razão para continuar acreditando no ser humano: a imagem de seus olhos fechados e quase totalmente confiantes em mim, que dormi ao seu lado.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Dúvida!?

Hoje apareceu um "É" pequenino no topo, bem no meio, da tela da TV. Ele era verde-limão, daquela cor do "Volume", sabe?
Eu desliguei a televisão.
Liguei de novo a TV, uns dez minutos depois, foi o que suportei, sem ver aquele "É" pequenininho.
E ele estava lá de novo. Verdade, juro.
Na programação normal, tinha um cara, falando que a mulher dele já lhe trocou as fraldas, por que ele tinha uma doença, eu acho.
Chorei.
É.
Ele, o "É" da TV me dizia que "É" isso mesmo que eu estou pensando.
E te mandei uma mensagem, pouquíssimo tempo atrás, a uns 20 minutos. Dizia apenas que eu faria qualquer coisa por um abraço-beijo seu.
Mas essa palavra não existe, é o que você vai dizer, amanhã, ou depois.
E era verdade.
E se a recíproca fosse verdadeira, talvez poderíamos conhecer a felicidade.
Mas a felicidade não existe, só a conformação.
E eu odeio me conformar.
É outra vez.
Vamos tentar para sempre?
VAI PASSAR?
Opa, desculpa a caixa alta. Me exalto às vezes.
Não, dessa vez você se recusa a responder.
É eu deveria pensar.
Acho que já pensei. Só preciso de você, mas sabe, acho que não é a hora.
É sabe, na verdade o "É" não quer dizer nada e eu estou perdendo meu tempo aqui.
Nunca chegamos a lugar nenhum mesmo.
De que adianta eu continuar dizendo que quero ficar bem com você.
(É, eu quero ficar bem com você).
Mas preciso primeiro abrir seus olhos.
Talvez você não queira minha ajuda, insistir é chato. E eu sou chato.
Mas tô começando a pensar, talvez pela segunda vez.
É melhor nos separarmos.
Se você quiser ajuda, vai encontar outra pessoa, que te ajude mais, talvez um profissional, ou não.
Já que não queres a minha.
É não queres (ser) a minha.
Mas espero, no dia que você perceber, com 100% de alma, tudo que te falei, que você me procure.
Ou quem sabe eu consiga te ajudar de outra maneira, como amigo, sempre por perto, um mesmo-diferente tipo de amor.
É, eu te amo.
É o que me deixa bem, e me mantêm é a possibilidade de estar com você um dia, ao seu lado, de verdade e fazer parte dessa sua confusa cabeçinha.
É o "É" quase me ajudou.
E agora ele acaba de sumir.
Ou não.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Apenas uma carta de amor

Isso é apenas uma carta de amor.
Não pense que isso vá mudar sua vida, ou te fazer largar tudo e se entregar totalmente para mim.
Esta não é minha intenção.
Qual poderia ser a única intenção de uma carta de amor? Expressar, ou mostrar o que estou sentindo.
Sabe aquela sensação de acordar, olhar para o lado, ver olhos intensamente mergulhados nos seus e perceber que nada, pode ser superior a segurança e a profundeza desse olhar sincero?
Sabe o medo que dá de não poder ver este olhar todos os dias da minha vida?
Estou aterrorizado.
Minha vida não tem sido a mesma.
Estou perdido. Olho, procuro, procuro e não consigo ver nada parecido com aquele olhar matutino.
E esse olhar parece cada vez mais distante de mim. De nós.E eu não sei como fazer pra recuperar.
Preciso deste olhar. TODOS OS INFELIZES DIAS DA MINHA VIDA. EU PRECISO DESTE OLHAR.
Eu preciso de uma razão para estar de pé amanhã.
Sei que não se pede amor.
Mas posso te pedir esse olhar?
Só mais uma noite, só mais um amanhecer ao teu lado. Só para eu poder ver este olhar novamente. E, pelo menos, poder lembrar dele perfeitamente.
Sinto um vazio.
Não gosto de nada vazio.
Ou é cheio, ou é cheio.
Ou é 100% ou não é.
Odeio isso que esta acontecendo.
Precisava te dizer isso.
Odeio ter que te pedir desculpas, odeio ter que te tratar como minha mãe. Odeio não ser seu amigo.
Odeio não poder me abrir totalmente com você, como era antes.
Mas posso explicar.Eu tenho medo. É exatamente o mesmo medo que você sente.
Eu também sinto ele e nunca tive como te dizer.
Eu sinto o mesmo que você.O meu medo, é o medo dos tímidos.
Tenho medo demais de me mostrar.
Medo demais.
Não consigo me mostrar pra ninguém.
Ninguém que eu não tenha certeza absoluta que não me ridicularizará.
Ninguém que eu não sinta 100% de segurança de abrir totalmente meu coração e contar todas as podreiras, todas as nojeiras, todos os pensamentos loucos, todas as esperanças utópicas. E não receber uma cara feia em troca, um "sai pra lá", uma ridicularização, ou o pior: um simples e sonoro, silêncio.
Só posso me abrir pra quem eu saiba que não vai embora.
Só consigo me abrir para aquele que não vá embora, pra aquele que não vá direto contar para todos os outros, a pessoa egoísta, pequena, louca, triste, incrédula, mas única que sou.
Não posso correr o risco de estar sozinho de novo.
O resto do mundo não pode me conhecer. Não totalmente. Eles não me entendem. Eles viriam atrás de mim de novo. Me excluiriam de novo. E eu não posso ficar sozinho.
Não, eu não consigo.
Eu só digo que amo uma pessoa, quando eu sei que para esta pessoa, eu posso ser eu mesmo, possa não ter vergonha, sem nunca me preocupar.
E você não esta me dando mais essa certeza.
E eu preciso de você.
Preciso daquele olhar sincero pelo menos mais uma vez.
Me deixa ser seu namorado por apenas uma noite mais?
Me deixa ser seu amigo, seu amante, seu amor por apenas mais uma noite.
Me aguenta só uma noite a mais?
Não foge.
Não me deixa com medo e sozinho.
Não conta pra ninguém sobre mim.
Não deixa eles continuarem me odiando. Não.
Me ajuda.
Me mostra como é bom estar aqui e vivo.
Como é bom amanhecer.
Eu sempre acreditei em você. Ainda acredito, mas meu medo só faz crescer.
E como a toda pessoa introvertida.
O medo me domina, como domina a você.
E eu tenho medo de ficar sozinho.
Não posso continuar me abrindo, me rasgando, me escancarando para alguém que possa me deixar. Só.
Por tudo,



Eu te amo, de amor, o único que existe.
Esse mesmo, louco e sem lógica alguma.



Seja sincera. E por favor, me responda esta carta.



Um olhar sincero, mas muito mais longe do que eu queria estar de você, neste exato momento, talvez.


p.s.: como todo covarde, me despeço, desculpando-me: me perdoe qualquer coisa.