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quinta-feira, 22 de julho de 2021

Aperte o Botão Pra Continuar

Continue a andar e se recuse a recusar, enventualmente você irá achar um lugar, uma cura ou o que há de haver e de esperar. 
Continue a observar e se atente nos fatos que pode, sem se importar no que passa ou deixa de estar em sua visão limitada, graças a deus.
Parece que há e sempre houve algumas linhas, do tempo, do momento, mas é certo que isso nunca irá vir a importar, em, até mesmo, qualquer lugar.
O que sempre há de te encontrar e te fará reconhecer fatos sobre você é somente o agora, esquecendo passado, futuro ou pretérito (que é que isso ainda venha a significar).
Existe um caminho, o seu. Existe um. Aquele que se forma dia-a-dia e transforma sua rotina a cada ano que passa ou (re)encontro que te perpassa.
Não que haja um ditame ou destino, mas há o fortuito fato de que há você e só você poderia ser, só seus passos te fazem seguir e só sua própria gana de acordar sabe e te entende como é de fato estar.
Não tenha medo portanto de não saber onde pisar, se aquele passo é o mais correto, certeiro ou incerto. Ele é apenas seu passo. Seu caminho, sua parte. E renasce a cada amanhecer.

sábado, 28 de março de 2020

Porque Despetalar o Que Um Dia Te Deu Vida?

Se tem algo que nos torna humano, simples e unidos a tudo que existe, nessa ou em qualquer outra vida, essa coisa se chama amor.
E tenho certeza que essa é a única coisa compartilhada por todos os seres vivos. Porque a vida já é um chamado ao amor (ou a vida advém do amor).
Você precisa querer algo, para reproduzir aquilo. E não falo apenas de duas pessoas unidas pelo famigerado e até escurrarçado amor romântico. Falo aqui de todo o "gênero vida" que existe. Querer continuar, querer existir, pra tentar simplesmente seguir, transformar o estar aqui e gerar outros aquis, qual objetivo pode ser maior que isto?
Penso no poder do encontro, no poder em que isso, de algum modo, não foi aleatório. De alguma forma, todo amor se conecta e o que conecta as existências é o entendimento desse sentimento, desse fervor, desse verdadeiro louvor à vida.
Pensando em louvar, e com todo respeito à deusa unânime de toda a religião, a única onipresente, onisciente e onipotente: a espledorosa Gaia, a Mãe-terra, a Mãe-natureza, peço que continue nos banhando com o amor, e com as coisas advindas do amor, único conhecido gerador de vidas.
É o amor que une as partículas, é a vontade de existir, de se criar, de viver e respirar que gera e é gerado por nosso amor pela vida, é o amor de nossa espécie pela continuidade e criação de vida(s).
E portanto a natureza grita pelo respeito à ela, o respeito aos nossos anciões e a nossa essência... que é vida, gerada do amor, gerada da vontade. Seres pequenos, que poderiam se conectar com à Terra mais profundamente, se não menosprezasse o amor e a geração de vida que isso nos incita. E não digo apenas vida humana gerada, mas, também, como reciclagens de nossos seres, de nossas almas. A gente muda ao conhecer outra pessoa, a gente muda a amar alguém, seja esse alguém um ser que nasceu de você ou aquele você conheceu e reconheceu você mesmo por isso.
A Natureza ela endeusa a si mesma na criação da vida. Na geração de outras vidas. E todos os animais se reconhecem nisso, e um pode olhar pro outro e ter certeza que o que gerou toda aquela diversidade biológica e a força que elas tiveram pra continuar e evoluir e seguir, foi o amor.
Porque despetalar a Natureza, aquela que te deu vida? Porque desrespeitar a única lei deixada por muitos messias e mensagens da salvação, que é o amor, por saber que o amor é a unica coisa divina que possa existir?
Falha como espécie quando algum de nós passa a não se reconhecer no outro.
Amoroso, poderoso e único sentimento possível que é o de existir e gerar vidas, por encontros ou relações e respeitar e visualizar no outro a mesma capacidade e importância para nossa existência como espécie.
Sendo o mesmo, amando do mesmo jeito e só estando aqui por amar, e por querer dar continuidade à vida.
A Terra exige respeito, por ela e por todos humanos, que não são nada mais que uma de suas partes e devemos ser honrados e alimentados como deuses e detentores disso tudo aqui.
Nós geramos vida do amor. precisamos devolver amor a essa vida.

domingo, 15 de março de 2020

Se(nti)r

Se mostra, do jeito que te for mais confortável. Não precisa falar de cara, nem fingir um pedaço. Só que seja amigável.

E até da tua abordagem, eu tiro: tu me demonstra abrigo (O que me deixa tão, tão menos aflito). Às vezes é só o que preciso: observar teu desejo, se(nti)r tua vontade. De verdade, quando o outro precisa de você, você sente, por mais que pareça inconsequente.

É o tal verbo eloquente.

Alto e alterado, preso no meu sincero fracasso, meu único descompasso se torna você, seu olhar, seu observar, seu tentar falar, sua novidade anunciar.

Você é um sonho que tive acesso e somente o que te peço é o nosso processo. Que ele seja concreto e etéreo ou como tiver que ser e vem-sendo. Tão mágico ver ele crescendo.

Até sua pele me atrai e eu nem me recomendo mais.

Algo tão perto, mas tão longe assim. Como deve ser complexo, o sonho do arlequim? A mim, você me parece enfim, dentro de mim e num relapso de costume te mostro pra você. E agora até teu perfume, é algo impossível de esquecer.

Mostra então o que pensa de mim do teu jeito, aquele que lhe for mais afim. Porque somente assim poderei me ver dentro de ti, aproveitando o fim pra te ocorrer um pouco de si.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Esses e Erres (ou Prece à Incerteza)

Cansado de sonhar,
Fui ali só olhar,
Testar
Mais uma vez
Aquele talvez.

Existem dois tipos de frio na barriga:
Aquele que faz acreditar e lembram as borboletas,
Outro soa mais como pesar e dúvidas vazias e pretas.
A solução pros dois é o abraço que abriga.

Meu lar, moça,
Sempre será
Outro lugar.
Nunca encontrei em mim
Aquela razão pra ficar.

E só permaneço.
E só ouço seu beijo.
Ou leio por meio
De outro lampejo.

Acreditando que não vale
Ficar aqui, nem me compare
Com alguém que merece.
Eu sei bem que entristece,
Olhar pro lado e ver
Que alguém consegue merecer
Um amor, uma dor,
Maior que apenas o sabor.

Porque não me fala,
Porque não me compara?
Porque simplesmente não para
De ousar me dar fala?

Eu fico aqui achando
Que tenho sua atenção,
Eu fico aqui sonhando.
No fim, achando que não.

E o frio na barriga enegrece,
E o frio apenas cresce,
Mesmo com mais de uma prece.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

rounded teeths

Dentes arredondados,
Meio que tratados por sua lingua, enquanto fala demais ou cala demais.
Olhos linkados e prontos pra perceber tudo a sua volta.

Envolta, sempre que possível, num belo ar de mistério.
Perfeitamente de ninguém.

E sua presença incomoda e acomoda.
Encontra outro, faz tua dança tão linda.

Ssonha o sonho e vive além da vida
Prefere ostentar algo maior que dinheiro.
Vida.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Vinte 3

E ao começar, alcança caminhos antes inexplorados
e te faz vim-ver.
Olha para o lado e realmente nunca se vê.
Mas quando ela se permite, existe,
e da flor nasce algo além-triste
percebe-se que foi perda de tempo
e que esperar quase-ano por esse momento
nos faz inexatos, perdidos e compactos.
Sabe-se que lá fora há
sempre flores, frutos e ar.
Então me diz
pra que esperar a primavera para ser feliz?

terça-feira, 20 de maio de 2014

Olhares penetrantes

Olhares como esse nos fazem cair. Olhar pro fundo de nosso (próprio) olho é como olhar no fundo de nossa alma e nos aceitar como deveríamos ser aceitos por todos.
Ser livre, portanto é olhar nos olhos e não ter medo, julgar ou pré-conceber, qualquer coisa.
Se apaixonar e deixar acontecer de ficar parado mais de 30 minutos olhando alguma planta que você pensa ser uma mutante, pois surgiu de ontem pra hoje é tem o organismo perfeito, como quem vive mais de 100 anos.
Seu olho, dentro do meu é como uma faca em toda minha existência e acaba por corromper até meus velhos ossos cansados, me fazendo viver como a muito não lembro de fazer.
Melhor que conversar, é olhar.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Carta ao passado (ou Carta a amigo)

Eu lembro daquele dia como um sonho... Daqueles que parece tão real que é fantasioso. Etéreo, molhado, sujo e que acabou por lavar, uma ou duas almas.
Sai leve e realizado.
Sabe, acabo por imaginar que alguns dias nesses anos vividos intensamente marcaram por completo nossas vidas, e ditaram todos os outros dias que iriam por vir.
Tudo, a cada dia que se passa, parece menos coincidência. Tenho certeza que o que aconteceu, tinha que acontecer e o que virá a acontecer terá que existir, aqui, em mim, em você, em todos nós que nos cercamos por um único deus, que guiou nossas vidas e sempre guiará, o deus-eu (conhecido também como o deus-vontade).
Você me inspira, a Você me excita me inspira, as nossas vidas me inspiram.
Espero nunca perder aquela centelha, aquele foguinho que fazia tudo girar e ainda faz.
Foi dele, deste fogo, desta tentativa de delícia, que nasceu Marcel, Mariano e irá nascer muitos outros.
Que já vieram com algumas pequenas missões, sendo a maior delas mudar o mundo.
Sabe, agora posso dizer que sou feliz, por ter vivido e percebido que nada é por simples acaso. E que realmente todas as nossas pequenas decisões e fugas, e palavras e atos, acabaram por direcionar nossos caminhos, que acabarão de qualquer forma num abismo, escuro e solitário, mas até chegar nele, mexeremos, chocaremos e nos mostraremos ao mundo, de uma forma ou de outra.
Te amo e amo nosso caminho.
Agora vejo que poderemos ser amigos, talvez amigos de verdade, com mais calma, com mais tempo e com certeza, com um pouco menos de agonia, pouco menos de segredos e quase nenhum medo.
Espero te ver e sentar por aí em alguma reitoria ou um parque confortável, ouvir uma ou duas músicas que nos marcaram, acender aquele velho cigarro e dormir com o coração bem menos apertado.
Tendo certeza que o amanhã vai ser. Simplesmente ser, como sempre foi.

sábado, 31 de dezembro de 2011

2012

There is the last day of two thousand eleven,
Welcome two thousand twelve, the last year of ours lives.
And there is nothing to enjoy.
And there is nothing to be proud.
And there is nothing...

E não há nada mais para se dizer, falar e ouvir.
Já passamos por tudo ou quase tudo e nada mais brilha ou deixa de brilhar.
Os sonhos foram esquecidos e o pesar parece quase eterno.
Precisamos de ar, cercados, porém de ar poluído ou diluído por nossas pupilas e/ou papilas.
Gostamos de nossas vidas, mas queremos ter algo para viver. Para fazer, ou ao menos para olhar e chorar.
Chega de tanta teoria, chega de tantas formas de se viver e de se fazer.
É o que nosso corpo nos exige e não sabemos e temos preguiça de saber (ou raiva de quem sabe) ou fazer.
O que importa passou e deixou só o rastro.
Vivemos no rastro.
Na rebarba, ou no intervalo entre duas linhas regulares.
Ser e não ser.
Pensar e comprar.
Existir e copiar.
Passado e futuro.
Norte e sul.

1988 - 2012

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O grande rio que ruma...

Sabe, era noite e tinha ficado frio de repente, sem ter nem pra quê. E o frio encostava e ardia dentro da sua orelha fria. E isso não era quente, nem nada, era triste e balbuciante. Ter você ao meu lado parece brilhante, esquece-se os diamantes. E a guerras, travadas dentro e fora dos vasos ou mins. Somos torturados ao nascer e ter que respirar o mesmo ar, antes respirados por restos. Sabe, querer sorrir e aproveitar, descansar e deitar se tornam novas opções sem muito apelo ou lógica. E tudo adquire um tom mais neutro, acizentado e parece querer te dominar e te faz querer sempre descansar. Pois suas retinas não aguentam mais fitar o nada enquanto a cabeça quase estoura de tantos pensamentos e sentimentos de merda que parecem sempre lindos e maravilhosos e resultam em dúvida, ciúme e rancor. Queria não pensar, esvasiar a mente e deixar fluir, sabe? Como aquele velho rio que parece sempre me fazer me olhar e seguir. Não aquele seguir que te faz querer chegar em algum lugar ou ser campeão de alguma coisa. Seguir apenas porque não há outra escolha e deixar rolar parece uma opção muito mais válida e coerente de se fazer, quando existe uma correnteza inteira te empurrando, mesmo que seja em direção a uma cachoeira deslumbrantemente caldolasa e alta.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Reflexão sobre os dias úmidos e quentes de outono

Sabe aquelas horas, dias minutos, instantes em que se torna difícil até tragar o cigarro até o final? Não por estar enjoado, ou nada deste tipo, mas sim por estar cansado demais até para isso.
E o levitar e sorrir se tornam apenas lembranças boas de um tempo nostálgico.
Quando o seu olhar parece morto e você não tem força nenhuma para abri-lo e fitá-lo em quase ninguém.
E ninguém às vezes faz falta.
Não depender ou não ter que pensar em ninguém e nem ter que suportar seus pesos, conceitos e outras coisas fúteis (quando olhadas de fora).
Coisas sem importância alguma para a sua vida ou até mesmo para a vida deles próprios.
E, na verdade você sente vontade de gritar, cuspindo na cara deles, que eles precisam, assim como você próprio acordar e sonhar novamente com coisas menos proibidas que antes.
A doçura de ser inocente sem ter que se passar como falso.
E a delícia exuberantemente única de poder se sentir vazio, sem pensamentos, preocupações, conceitos, esferas, ninhos, relações ou qualquer coisa daquelas que te tirassem o sono por encomenda.
No fundo se trata apenas de conseguir olhar nos olhos daqueles que te interessam e não ter que pensar em milhões de explicações para isso.
Automaticamente, nos tornaremos apenas o resto de algo que podia ser brilhante.

Um dia na vida dela

Todo dia ela acordava com um pulo.
Ligava seu ipod encaixado numa caixinha de som.
E dançava desajeitadamente.
Trajava uma camisola amerelo claro, com um passarinho estampado.
Ia rebolando em direção ao banheiro.
Lavava o rosto, pegava seus óculos de hastes pretas na pia.
E ao encarar o espelho através das lentes, percebia haver algumas gotas de água.
Limpava-o na barra da camisola e sorria timidamente ao pôr os óculos de novo e se olhar, descabelada, no reflexo.
Despia a camisola e cobria com as mãos magras, seus pequenos seios.
Nunca se olhava nua, no espelho.
Tomava um banho quente, bem quente e simulava se tocar, apesar de nunca ter tido coragem de excitar seu próprio corpo até o gozo.
Tomava banho de óculos. Pois sem óculos, se sentia mais nua ainda.
Ao sair, se enxugava no banheiro e se trocava no quarto, onde podia continuar ouvindo as músicas que saiam de seu mp3, quase sempre doces e suaves.
Deixava deslizar pelo seu corpo, um vestidinho, com uma textura muito fina, daqueles que não se pode passar à ferro, com uma estampa de flores, que havia ganho da sua avó alguns anos atrás.
Prendia seu encaracolado cabelo num coque bem seguro, no topo da cabeça e deixava uma ou duas mexas cairem, parecendo pequenas molinhas.
Arrumava sua mochila, decorada com desenhos singelos e japoneses.
Dentro iria seu caderno, com capa cheia de flores, suas canetas coloridas e perfumadas.
E sempre deixava por último, o que considerava principal, seu estilete.
Ela sempre imaginava estar mais protegida por ter um estilete na mochila.
Nunca usou-o e nem saberia se conseguiria fazê-lo ao precisar.
Mas se sentia mais segura com ele.
Na tela do PC, ligado desde o dia anterior, conferia os downloads de séries e animes que havia deixado baixando, limpou a lista de downloads e pôs mais alguns para baixar.
Desceu as escadas e foi tomar seu, sempre desejado, copo de café puro.
Escovava os dentes com um cuidado excepcional, sempre pensava que aquele menino que a encatava, na escola, iria olhar, falar e beijar ela neste dia, mesmo ele nunca tendo nem notado sua presença.
Saia pela rua, andando por um clima ameno, com árvores floridas, a sombra delas, poucos carros, e folhas secas pelo chão.
Adorava este caminho.
Em menos de dez minutos, chegava a sua escola e se sentava num banco que parecia reservado para ela, onde podia ver todo mundo chegando (pricipalmente o menino que a deixava sem ar). Mas ninguém a conseguia ver, por ficar escondida perto de uma grutinha, com imagem de santa.
Era aplicada e podia-se perceber sua inabilidade de fazer e, principalmente, manter amigos.
Nunca comia na escola, morria de vergonha de pensar em mastigar na frente de seus colegas.
E mesmo não abrindo a boca, a não ser na hora em que os professores perguntavam algo, ela voltava sorrindo, pelo mesmo caminho sombreado da manhã.
Chegava em casa, almoçava com sua mãe, que também nunca dizia nada.
Voltava pro quarto e tentava de novo se tocar, desta vez pensando no menino do colégio.
E desistia, mais uma vez, por pensar em como o menino iria rir e caçoar do frágil e pequeno corpo dela, ao vê-lo nu.
Sem graça, iria assistir seus animes, que hoje eram eróticos.
Mas nem aquilo a excitava, pois não se punha nunca no lugar de uma mulher desejada.
Ao anoitecer, preferia ir dormir.
Sonhar com seu principezinho encantado que nunca a olhou.
Tentava dormir sem roupa, mas ao esbarrar em qualquer parte nua de seu corpo, se sentia constrangida e vestia sua camisola amarelinha.
Sonhava com um abismo e gostava de sentir a sensação de cair, em sonhos.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O hardcore nunca vai morrer, mas você vai...

Os parêmetros já foram traçados.
Os caminhos foram escolhidos.
Agora vamos brincar,
Vamos bagunçar,
Vamos dançar,
Vamos criar o caos
Ou o mal.

Vamos matar,
Vamos aproveitar,
Vamos transar.

Vamos não ligar,
Vamos desapegar,
Mas não totalmente.
Nunca consiguiríamos.

Vamos... não mais esperar.

Sim, queremos dançar.
Não queremos cuidar.

Queremos tudo,
Queremos mais.
Nada mais nos satisfaz.

E até o porquê foi esquecido.
Esquecemos até do perigo.

Mas já prevíamos.

"Vamos agitar a procura de um lar"
Mas esquecemos de perceber
Que o lar é seu ser.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Balbúcios de um coração que insiste em tentar ser pequeno

De repente, percebo que as pétalas daquelas rosas vermelhas, que me deste para mostrar a cor rubra e intensa de sua paixão, tem o mesmo toque sedoso, macio, acalentador, suave e liso da sua pele.
Gosto de perceber acasos loucos que me trazem até aqui.
Adoro lembrar das tardes e dos óculos como sonhos cinematográficos que gravaram em nossa memória para sempre.
Titubear é verbo velho e ultrapassado que não encaixa mais em parte alguma, entre nós.
Te tenho por inteira.
E saber que o toque da sua pele, o qual a rosa me fez recordar, pode ser tão simples e acessível como saber que poderei talvez tocar outras rosas, enquanto elas se encontram no mesmo vaso.
E posso sofrer a angústia do talvez, por ter mais opiniões...
E gosto de pensar naquele antigo amor.
E em como ele era calmo, terno, seguro, clichê e delicioso.
Mas em como, principalmente, ele se tornara chato após alguns anos de convivência e romantismo.
Mas a ternura nele me atraia.
E talvez, hoje eu não seja tão romântico por motivos que passam perto da inocência, perdida outrora.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

De vez em quando se batem comigo nas festas e percebem que estou lá.

E saber que os otários são sempre os mais sinceros e que acreditam nas pessoas.
Isso me faz pensar que hoje em dia todo gênio que deseje viver de sua criatividade, deve ser, no mínimo, engraçado.
E assim, vivemos num mundo de palhaços-de-festas-de-criança, daqueles com maquiagem de tinta guache e com a testa sempre suada.
Aprecia-se os filhos-da-puta.
Admira-se a mentira. E sim, a verdade quase sempre causa repúdio e faz os plausíveis se sentirem culpados e se esconderem.
Mas essa culpa, quando divertida ou engraçada, gera frutos, vale dinheiro e prestígio tardio.
E os palhaços sempre assustam os inocentes e as crianças. Principalmente aqueles que nos passam angústia e medo no olhar.

P.s.: Escrito em Novembro de 2010

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Corações, Caixas e Trogloditas

Era um dia frio, a chuva caia e eu estava sentado na escada do colégio escrevendo aquele velho diário que me ajudava a ser eu mesmo.
E naqueles dias, naquelas últimas 10 ou 20 páginas, só haviam palavras sobre ela.
Sobre o vento que batia nos seus cabelos pretos e os fazia voar sobre seu rosto, escondendo seu olhar e alisando seus lábios.
Sobre o modo como a farda lhe caia perfeitamente bem, como que um tecido de seda.
Sobre como o ar a sua volta parecia bem mais perfumado.
No caderno, também haviam desenhos.
Corações e caixas.
Nas caixas eu me encontrava, sempre com medo do que podia encontrar fora delas.
Nos corações, apenas ela.
Enquanto escrevia e desenhava. A olhava a alguns metros de distância.
A via feliz, sorridente. Rodeada de amigas, tão ou mais bonitas que ela.
E via também vários pretendentes. Que, diferente de mim, tinham mais coragem.
E iriam falar com ela, cara a cara.
Por um momento eu quis ser como eles.
Mas sempre acabava da mesma forma.
Ela lhes dava a chance e eles lhe davam lágrimas em troca.
Eu não conseguia entender porque ela não aprendia.
Porque ela não examinava e percebia que meninos corajosos demais, fortes demais, bonitos demais ou perfeitos demais, não se preocupavam com ela e sim com eles próprios?
Porque ela se deixava ser acalentada por outro quase igual ao que acabara de magoá-la?
Eu não entendia e passei anos a estudar isso.
Resolvi um dia perguntar.
Sim, eu a amava, mas não iria me declarar, iria simplesmente perguntar o porque ela gostava de sofrer sempre os mesmos pesares, só para estar com um deles.
Juntei todo o resto da minha coragem e fui, firme e determinado.
Ao chegar nela ela olha nos meus óculos e me dá um sorriso amarelo, olha para o lado e acena com o braço.
Um daqueles trogloditas, o atual, vem e sem falar nada me dá um soco no rosto.
Depois a agarra pela cintura e olhando com desprezo para o chão, onde eu me encontrava, me diz apenas:
- Tá maluco idiota? Vai querer falar com a minha menina?
Olha pra ela e lhe dá um beijo, aperta ela com força na cintura e saem caçoando de mim.
Apanho meus óculos quebrados, ponho no rosto e levanto, entendendo um pouco mais sobre aquela relação doentia.
Ela precisava se sentir protegida.
Ele precisava marcar seu território.
Enquanto eu só precisava de amor.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Análise sobre a sarjeta e seus quase-fiéis frequentadores

Eles queriam o suor dos outros e todo seu orgulho. Queriam roubá-los e privá-los de expressar qualquer angústia, sendo a própria angústia o fim e o começo de todos os problemas, solucionáveis ou não, no contexto humano.
Eles cheiravam a novidade, mas o aroma não passava de fragrância fraca e barata comprada em qualquer mercado de esquina.
Mas gostavam da noite, da rua, da sarjeta e do estrago.
Gostariam de acordar e não despertar.
Queriam sempre não entender, pois compreender sempre foi mais difícil e nunca os levou a lugar nenhum.
Preferiam nem sonhar, pois isto desistimularia seus atos, que para os outros pareciam devaneios, ou mesmo delírios de luxúria.
Gostavam de apropriar-se de momentos não criados por eles, mas perfeitos.
E queriam sim, dividir seu ar.
Clamavam por um olhar, de atenção ou desprezo. E se sentiam felizes e realizados, se isto acontecia.
Andavam em grupos deformados na sua origem, mas puros na sua concepção.
Preferiam deslizar no chão. Pois pisar seria tão tedioso.
E, principalmente, olhavam nos olhos, mesmo que estivessem mentindo.
Pois gostavam de estudar o próximo e toda reação a favor ou contra eles próprios.
Brindavam à liberdade, sem citar o nome dela.
E se esbaldavam no eterno, enquanto transitório.
Lambiam seus lábios pra experimentar novas sensações e tinham medo das consequências, apesar de ausências serem bem piores para seus espíritos.
Sorriam como um saco de batatas sorri. Singelo, podre e inexistente, de satisfação plena.
Enfiavam até o talo o dedo na ferida alheia. Mas se divirtiam mais ferindo a si próprios.
E como gostavam de desejar.
Sentiam necessidade da vontade.
E só choravam por identificação mesmo.
Preferiam artes complexas e frias, a monumentos vibrantes e comprados por milhões.
Supriam-se do resto, do pó, da felicidade despejada no chão por outros mortais sem tanta sorte, ou genialidade.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Nada pode ser mais sincero que a arte (Ou O fim dos óculos vermelhos)

Sabe, sofia, não é tão fácil quanto parece.
Não pelo menos pra mim.
Nunca foi fácil amar e ser amado.
Eu sempre vivi assim, sob o efeito angustiante e eterno do, famigerado, amor platônico.
Sempre pensei em não me importar com nada, muito menos com a quantidade de amor que eu iria desperdiçar.
Mas, bebê, você me fez amar tão rápido e intensamente, que eu arriscaria dizer que não podia ser verdade. E, no fim, não era.
Tentei negar meu escritos, meus sentimentos, meus quadros, minhas desconfianças, mas era tudo real.
Era tudo triste e não tão satisfeito assim.
Eu pensava estar satisfeito.
Sim, eu já dizia ser feliz e sempre respondia que estava ótimo.
Mas não percebia que minha arte não estava nem um pouco alegre.
Percebi que tinha algo errado.
Mas, olha, te digo que você finge muito bem.
Seu objetivo foi concluído.
Conquistou-me.
E com o que queria nas mãos, parou de seguir em frente com a tentativa de, realmente, se entregar.
Claro, nem havia porque, pois eu mesmo já havia te entregado tudo.
Eu mesmo havia sugado toda responsabilidade daquilo que chamam amor pra mim.
Agora, me sinto descepcionado com as pessoas.
Descepcionado com o modo como elas levam a vida, ou, ainda, em como elas simplesmente ignoram qualquer outra fonte de sentimento, que não seja seu próprio peito.
Me sinto vazio e oco.
Despejei meu intimo numa bandeja e te servi, em pratos de prata.
Você se deliciou. Mas enjoou.
Nem pensou no quanto é difícil ser desejável por alguém.
Seus olhos me diziam coisas lindas e eu acreditava, acostumado a acreditar no 'espelho da alma'.
Mas esquecia sempre dos óculos vermelhos e de sua insegurança.
Sofri.
Vazio.
Angústia.
Desnorteamento.
Inutilidade.
Mas principalmente, fui inocente demais pra acreditar em qualquer coração que não o meu.
Saber que não vou ter mais o que me fazia dizer estar satisfeito.
Ou, ainda, saber que tudo que me fazia satisfeito era tão frágil (ou talvez nem existisse) que duraou apenas uns poucos meses, e mudou de um dia para o outro, como uma badtrip, que parece sonho e se torna dor.
Lembra aquele dia que chorei na praia?
Lembra como eu parecia desesperado?
Naquele dia eu TINHA que ter percebido que não era tão real assim, do seu lado.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Angústia cardíaca

Odeio a fragilidade inocente e a urgência do meu coração.
Ele atropela as coisas e pede tudo rápido demais.
Não consigo negar, pois sempre aprendi que o melhor a se fazer é seguir seu próprio coração.
Seguir a trilha que ele deixa me dá ansia de vômito e vertigem.
Sentiu, exigiu.
Com ele, sempre, sempre é preciso de mais.
E nunca, ninguém está preparado pra tanta intensidade, com tamanha rapidez.
Nunca fugi, mas quantos fugiram de mim já se tornaram incontáveis.
Queria poder pedir calma a meu coração e fazer ele respirar um pouco, com serenidade.
Mas ele prefere o agora e não quer saber de deixar fluir.
Prefere fazer acontecer.
E o pior, quando não consegue o que quer, não se acostuma com a perda e chora, sangra, dói.
E dói mais por ninguém compreender ele.
Bate forte, porra.
Arrebenta a pele do meu peito e se mostra.
Ele parece com todos os outros, mas bate mais forte e se incha de sangue: a velha angústia adolescente.
Angustiado com o pequeno porte da caixa toráxica que o abriga, comparado ao mundo que ele deseja conquistar.
Um grito alivia, mas um beijo, nunca volta.
E quando se entrega, ele parece sem controle.
Pede demais, exige demais, precisa demais. Não me deixa nem dormir.
Queria aprender um jeito de me comunicar com ele.
Ou de fazê-lo entristecer, sem precisar levar todo o resto do mundo para o precipício que parece tão enorme quando observado do ponto de vista do meu coração.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Óculos vermelhos

Estes óculos vermelhos existem, estão prostrados diante de mim e em cima de minha toalha de mesa verde.
Ela gostava de cheirar a mistério e preferia nunca deixar tão claro o que queria. Não por não saber, sim para atiçar a curiosidade alheia.
Sua textura quase rubra e totalmente lisa, me remetia a seu rosto e a exatamente o olhar que devia e podia ser escondido por aqueles óculos vermelhos.
Ela me olhava como um gato e adorava agir tal qual.
Gatos me deixam empático, curioso, desejoso e, essencialmente, livre.
Eles, os gatos, gostam de assediar nossas vontades. Nos fazem desejá-los, mas fogem sempre a qualquer movimento de aproximação.
E pessoas como gatos exercem atração e degustação a mim e ao meu desejo de conhecer. Pois gatos, na verdade, desejam ser o centro mais desejado, lindo e limitado de toda a atenção.
Gostam, as pessoas e os gatos, de serem desejadas, mas não exatamente tocadas.
E ela esconde seus olhos, maliciosamente, por trás dos óculos vermelhos que parecem me fitar com a mesma firmeza do olhar dela.
Sim, os óculos vermelhos combinam com seu ar de palhaça mais bela do circo. E com suas atitudes e intenções de olhar, tão facilmente decifráveis.
Gosta dos problemas, somente por eles serem uma fuga da rotina chata, angustiante e tão... Confortante.
E ter preguiça é ato do instinto, diria ela afirmando que eu falaria isso com ar de sabe-tudo.
Admitir é meio chato, às vezes.
Mas não evito sinceridade com aqueles que me apetecem por mais tempo que uma noite.
Seus olhos, e seus óculos vermelhos, me incitavam a praticar o mais louco ato de liberdade romântica e, ao mesmo tempo, a demandar toda e qualquer vontade do corpo pra um lugar onde isto não afete, ou fique, tão perto assim, do meu impetuoso coração.
E vírgulas me comovem.
Ela é mestre nas vírgulas e nos três pontos intermináveis.
Admirava (o gosto fugaz e louco dela) o silêncio precedente de um estrondo, seja este emocional ou, virtualmente, real.
Preferia o último momento, e não pensaria que o mundo acabaria em 2012, pois, simplesmente, não está em dezembro de 2011.
Gostava de enigmas, mas não os decifrava tão fácil assim, quanto parecia.
Seus óculos me lembram o sol e o jeito dela e delas, de serem oficialmente aptas a me proporcionar prazer falso e jovial e a me dar segurança de um mundo sem finais rápidos, me proporciona alegria e afeto.
Por isso olhar para trás quando uma menina esteticamente perfeita (para um quadro realista, ou para um simplesmente conceitual) passa a acontecer diariamente e momentaneamente.
E ela não entende que aquilo é amor, ou, simplesmente liberdade, palavra bem próxima, semanticamente, de libertinagem.
E preferia a orgia ao solitário sexo à três, também semanticamente 'falando'. E não ela, e sim eu.
Se fosse ela, eu e nós, ela acharia excitante, como ter alguém capaz, ou próximo de realizar seus fascínios.
Já isso vale tanto pra ela, quanto pra mim.
Gosta do cheiro de outras rosas, algumas tão próximas que se tornam impossíveis de não serem a maior causa de um beijo no escuro, quando sua vida poderia estar tão clara, se eu mesmo desejasse.
Mas não desejei, pois o escuro, infelizmente é mais atiçador, eu diria, do que o claro.
Mergulho na escuridão da pupila, preta, dela.
Acordo com lágrimas nos olhos e vontade de me identificar.
Ela é perfeita.
Assim como meu desejo de ver outros óculos vermelhos, ou verdes mesmo, sejam tão fortemente e tão perfeitamente intensos quanto as vontades dela de se sentir segura.
E sempre espero uma cena de filme pornô, daquelas que acontecem simplesmente ao acaso.
Ou cenas feitas para parecerem aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaacaso.

Fim (do dia de hoje).