Porque todos de repente se preocupam com algum fato irrelevante e geralmente ilusório? Porque se desesperam a ponto de perderem o controle de suas vidas e rotinas pífias e sem graça? Porque desejam e as vezes lutam por vitórias enganosas e por vezes autodestrutiva?
Temos mesmo um instinto totalmente suicida? Realmente acreditamos que nada pode ser pior do que continuar a viver exatamente da mesmíssima maneira pelos próximos 10, 15, 20, 25 anos? E chega a ser injusto, então, ser, ter, parecer, encenar, algo que não é, não tem e não vive?
Uma saída razoável e bem plausível seria a de algo maior existir.
E se algo maior resiste, um dia passamos a nos sentir impotentes, fracos, pequenos. Sentimentos mesquinhos demais para a natureza humana, natureza essa, obviamente, selvagem e violenta.
A melhor resposta seria o silêncio. O vazio. O não. O fim, enfim.
E o fim, finalmente, atrai e fala sobre a que veio, ou ao que virá, ou, ainda, ao que deveria findar.
Amamos a impotência, pois já acreditamos e nos adequamos a não se incluir, a sermos inferiores, ou pelo menos, sempre nos ensinaram isso, nas escolas e jantares em família.
Deixamos-nos ficar por baixo e nunca gritar. Pois é mais fácil assim.
Porém alguém, alguma hora, tem que sempre citar uma antiga profecia, ou uma antiga crença que insiste em nos dizer aquilo exatamente que queríamos ouvir: O mundo vai acabar no dia 21 às 21 horas, pois simplesmente encerrou-se mais um ciclo, ciclo este que é sucessor do que detonou toda a vida dos dinossauros, os todos-poderosos, antes da gente, antes de deus.
Seria como uma salvação às avessas. Pois já nos acostumamos a estar por baixo, mas imaginar um governador, um estadista, um presidente, um rei ou um papa ficar por baixo e sofrer, por alguns instantes que sejam, como nós sempre sofremos, sofrer mais até por ver seu ter se perder, isso, sim, seria um sonho e uma retaliação à nosso ser ou haver interior.
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quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
E então, o marasmo...
E quando mais quis,
Sucedeu-se o nada.
E quando provou, quis
Um pouco mais, um bis.
E ao tentar ultrapassar
A si mesmo, como fiz,
Se esbarrar no marasmo,
Que por acaso, nada lhe diz...
Sucedeu-se o nada.
E quando provou, quis
Um pouco mais, um bis.
E ao tentar ultrapassar
A si mesmo, como fiz,
Se esbarrar no marasmo,
Que por acaso, nada lhe diz...
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Todos os homens merecem respeito e silêncio, ao morrer.
De repente a visão escureceu e o funcionário caiu, desacordado em seu trajeto diário e monótono de vinda ao trabalho, ao laboro.
Só deu tempo de ver a carreta desgovernada (ou governada pela mão do destino) e de sentir o aperto do maior abraço que já recebeu, sentiu como se seu pai o abraçasse e chorando, depositasse dentro dele todo o orgulho que existe no mundo.
O aperto o esmagou. Era a carreta que havia tombado, ou passado por cima de seu corpo que agora falece, desacordado e sem visão no asfalto.
Seu sonho era saber. Sua maior vontade era conhecer e versar sobre tudo.
Morreu esquecendo de aprender que o ápice da vida era a morte. E que nada dura muito tempo.
Foi bom e fez sua parte.
Morreu digno.
Mas faleceu sem luto.
O trabalho continuou e seus colegas choraram sua morte, mas seu chefe não fechou as portas e manteve rédeas curtas sob estas lágrimas.
Chore e trabalhe, atenda e sorria.
"O que vamos fazer com suas demandas?
E agora?"
E agora, ele morreu e todo dinheiro do mundo não pôde salvá-lo.
Assim como não vai salvar nem seus colegas, nem seus parentes e nem seus chefes.
Que mesmo sentindo orgulho dele, continuaram e não lhe deram nem um dia, seu pensamento completo.
Descanse em paz,
Davi.
E saiba que sua semente está crescendo, aqui e em todo lugar por onde pisou.
Todos os homens merecem respeito e silêncio, ao morrer.
12.07.2012
Só deu tempo de ver a carreta desgovernada (ou governada pela mão do destino) e de sentir o aperto do maior abraço que já recebeu, sentiu como se seu pai o abraçasse e chorando, depositasse dentro dele todo o orgulho que existe no mundo.
O aperto o esmagou. Era a carreta que havia tombado, ou passado por cima de seu corpo que agora falece, desacordado e sem visão no asfalto.
Seu sonho era saber. Sua maior vontade era conhecer e versar sobre tudo.
Morreu esquecendo de aprender que o ápice da vida era a morte. E que nada dura muito tempo.
Foi bom e fez sua parte.
Morreu digno.
Mas faleceu sem luto.
O trabalho continuou e seus colegas choraram sua morte, mas seu chefe não fechou as portas e manteve rédeas curtas sob estas lágrimas.
Chore e trabalhe, atenda e sorria.
"O que vamos fazer com suas demandas?
E agora?"
E agora, ele morreu e todo dinheiro do mundo não pôde salvá-lo.
Assim como não vai salvar nem seus colegas, nem seus parentes e nem seus chefes.
Que mesmo sentindo orgulho dele, continuaram e não lhe deram nem um dia, seu pensamento completo.
Descanse em paz,
Davi.
E saiba que sua semente está crescendo, aqui e em todo lugar por onde pisou.
Todos os homens merecem respeito e silêncio, ao morrer.
12.07.2012
quinta-feira, 24 de maio de 2012
Carta ao passado (ou Carta a amigo)
Eu lembro daquele dia como um sonho... Daqueles que parece tão real que é fantasioso. Etéreo, molhado, sujo e que acabou por lavar, uma ou duas almas.
Sai leve e realizado.
Sabe, acabo por imaginar que alguns dias nesses anos vividos intensamente marcaram por completo nossas vidas, e ditaram todos os outros dias que iriam por vir.
Tudo, a cada dia que se passa, parece menos coincidência. Tenho certeza que o que aconteceu, tinha que acontecer e o que virá a acontecer terá que existir, aqui, em mim, em você, em todos nós que nos cercamos por um único deus, que guiou nossas vidas e sempre guiará, o deus-eu (conhecido também como o deus-vontade).
Você me inspira, a Você me excita me inspira, as nossas vidas me inspiram.
Espero nunca perder aquela centelha, aquele foguinho que fazia tudo girar e ainda faz.
Foi dele, deste fogo, desta tentativa de delícia, que nasceu Marcel, Mariano e irá nascer muitos outros.
Que já vieram com algumas pequenas missões, sendo a maior delas mudar o mundo.
Sabe, agora posso dizer que sou feliz, por ter vivido e percebido que nada é por simples acaso. E que realmente todas as nossas pequenas decisões e fugas, e palavras e atos, acabaram por direcionar nossos caminhos, que acabarão de qualquer forma num abismo, escuro e solitário, mas até chegar nele, mexeremos, chocaremos e nos mostraremos ao mundo, de uma forma ou de outra.
Te amo e amo nosso caminho.
Agora vejo que poderemos ser amigos, talvez amigos de verdade, com mais calma, com mais tempo e com certeza, com um pouco menos de agonia, pouco menos de segredos e quase nenhum medo.
Espero te ver e sentar por aí em alguma reitoria ou um parque confortável, ouvir uma ou duas músicas que nos marcaram, acender aquele velho cigarro e dormir com o coração bem menos apertado.
Tendo certeza que o amanhã vai ser. Simplesmente ser, como sempre foi.
Sai leve e realizado.
Sabe, acabo por imaginar que alguns dias nesses anos vividos intensamente marcaram por completo nossas vidas, e ditaram todos os outros dias que iriam por vir.
Tudo, a cada dia que se passa, parece menos coincidência. Tenho certeza que o que aconteceu, tinha que acontecer e o que virá a acontecer terá que existir, aqui, em mim, em você, em todos nós que nos cercamos por um único deus, que guiou nossas vidas e sempre guiará, o deus-eu (conhecido também como o deus-vontade).
Você me inspira, a Você me excita me inspira, as nossas vidas me inspiram.
Espero nunca perder aquela centelha, aquele foguinho que fazia tudo girar e ainda faz.
Foi dele, deste fogo, desta tentativa de delícia, que nasceu Marcel, Mariano e irá nascer muitos outros.
Que já vieram com algumas pequenas missões, sendo a maior delas mudar o mundo.
Sabe, agora posso dizer que sou feliz, por ter vivido e percebido que nada é por simples acaso. E que realmente todas as nossas pequenas decisões e fugas, e palavras e atos, acabaram por direcionar nossos caminhos, que acabarão de qualquer forma num abismo, escuro e solitário, mas até chegar nele, mexeremos, chocaremos e nos mostraremos ao mundo, de uma forma ou de outra.
Te amo e amo nosso caminho.
Agora vejo que poderemos ser amigos, talvez amigos de verdade, com mais calma, com mais tempo e com certeza, com um pouco menos de agonia, pouco menos de segredos e quase nenhum medo.
Espero te ver e sentar por aí em alguma reitoria ou um parque confortável, ouvir uma ou duas músicas que nos marcaram, acender aquele velho cigarro e dormir com o coração bem menos apertado.
Tendo certeza que o amanhã vai ser. Simplesmente ser, como sempre foi.
quarta-feira, 18 de abril de 2012
Poema para Marcel
Advindo de Marte
Ou de qualquer lugar a alguns anos-vidas-luz daqui,
Ele chega.
E vem sem nada, nu.
Despretensioso
E sem consciência.
Vem inocente, puro
E calmo de verdade.
Feliz,
Por não conhecer a felicidade.
Vem morno.
Nem quente,
Nem frio,
Vem vazio.
Olha porque tem olho,
Cheira porque tem cheiro,
Chora porque tem hora.
Hora pra respirar,
Hora pra olhar.
E agora,
Não tem mais toca.
Mas toca
E se entoca
Onde for mais quentinho,
Apesar de amar tocar o chão frio.
E aprende,
Sente,
Nunca mente.
Nem tem mente!
Pode ser descrente
E não acreditar em ninguém,
Além da gente.
Gente que acolhe.
Ah, como o coração encolhe.
Rei torto,
Rei louco.
Prícipe cego,
que ganha mais de um olho.
E prefere gritar,
Chupar.
Cantar o canto do vivo.
Aquele que não precisa de trigo.
Só leite
E alguém que o ajeite.
Amor em forma de gente,
Pequeno ser regente,
És meu trilho,
És meu filho.
Ou de qualquer lugar a alguns anos-vidas-luz daqui,
Ele chega.
E vem sem nada, nu.
Despretensioso
E sem consciência.
Vem inocente, puro
E calmo de verdade.
Feliz,
Por não conhecer a felicidade.
Vem morno.
Nem quente,
Nem frio,
Vem vazio.
Olha porque tem olho,
Cheira porque tem cheiro,
Chora porque tem hora.
Hora pra respirar,
Hora pra olhar.
E agora,
Não tem mais toca.
Mas toca
E se entoca
Onde for mais quentinho,
Apesar de amar tocar o chão frio.
E aprende,
Sente,
Nunca mente.
Nem tem mente!
Pode ser descrente
E não acreditar em ninguém,
Além da gente.
Gente que acolhe.
Ah, como o coração encolhe.
Rei torto,
Rei louco.
Prícipe cego,
que ganha mais de um olho.
E prefere gritar,
Chupar.
Cantar o canto do vivo.
Aquele que não precisa de trigo.
Só leite
E alguém que o ajeite.
Amor em forma de gente,
Pequeno ser regente,
És meu trilho,
És meu filho.
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Poema Cotidiano
E...
aquela velha figura, rota e suja
desenhada em forma de luta,
Aquele tipo turrão,
cimento, tinta e sangue na mão,
típico trabalhador brasileiro
pensando em sexo, cerveja e terreiro.
acordado desde às quatro,
o cheiro do café ecoa em seu barraco,
antes de galos canterem
e quaisquer sóis raiarem,
já está de pé,
coa seu café,
no ônibus pro trabalho
sem nem imaginar,
acaba por me inspirar.
aquela velha figura, rota e suja
desenhada em forma de luta,
Aquele tipo turrão,
cimento, tinta e sangue na mão,
típico trabalhador brasileiro
pensando em sexo, cerveja e terreiro.
acordado desde às quatro,
o cheiro do café ecoa em seu barraco,
antes de galos canterem
e quaisquer sóis raiarem,
já está de pé,
coa seu café,
no ônibus pro trabalho
sem nem imaginar,
acaba por me inspirar.
sábado, 31 de dezembro de 2011
2012
There is the last day of two thousand eleven,
Welcome two thousand twelve, the last year of ours lives.
And there is nothing to enjoy.
And there is nothing to be proud.
And there is nothing...
E não há nada mais para se dizer, falar e ouvir.
Já passamos por tudo ou quase tudo e nada mais brilha ou deixa de brilhar.
Os sonhos foram esquecidos e o pesar parece quase eterno.
Precisamos de ar, cercados, porém de ar poluído ou diluído por nossas pupilas e/ou papilas.
Gostamos de nossas vidas, mas queremos ter algo para viver. Para fazer, ou ao menos para olhar e chorar.
Chega de tanta teoria, chega de tantas formas de se viver e de se fazer.
É o que nosso corpo nos exige e não sabemos e temos preguiça de saber (ou raiva de quem sabe) ou fazer.
O que importa passou e deixou só o rastro.
Vivemos no rastro.
Na rebarba, ou no intervalo entre duas linhas regulares.
Ser e não ser.
Pensar e comprar.
Existir e copiar.
Passado e futuro.
Norte e sul.
1988 - 2012
Welcome two thousand twelve, the last year of ours lives.
And there is nothing to enjoy.
And there is nothing to be proud.
And there is nothing...
E não há nada mais para se dizer, falar e ouvir.
Já passamos por tudo ou quase tudo e nada mais brilha ou deixa de brilhar.
Os sonhos foram esquecidos e o pesar parece quase eterno.
Precisamos de ar, cercados, porém de ar poluído ou diluído por nossas pupilas e/ou papilas.
Gostamos de nossas vidas, mas queremos ter algo para viver. Para fazer, ou ao menos para olhar e chorar.
Chega de tanta teoria, chega de tantas formas de se viver e de se fazer.
É o que nosso corpo nos exige e não sabemos e temos preguiça de saber (ou raiva de quem sabe) ou fazer.
O que importa passou e deixou só o rastro.
Vivemos no rastro.
Na rebarba, ou no intervalo entre duas linhas regulares.
Ser e não ser.
Pensar e comprar.
Existir e copiar.
Passado e futuro.
Norte e sul.
1988 - 2012
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Arte-Vômito
Depois de me perguntar em algum momento sobre o que havia de escrever, pintar, construir ou amar...
Sobre o que é e de onde vinha a supervalorizada coisa chamada de inspiração. E porque era tão necessária.
E por pensar nisso perdi um pouco da sensitividade (ou seria sensibilidade mesmo?) e da honestidade de escrever e falar ou gritar sobre algo, alguém ou sobre eu mesmo.
E, por tempos, só houve a seguinte, atenuante pergunta: De onde vem a inspiração?
Da onde sai os sonhos e as palavras e idéias que realmente valem a pena?
De que buraco fundo e fantástico tiram, os artistas e os gênios, suas loucuras bem-guiadas e loucura bem-direcionada?
Ou, e principalmente, como poderá, aquele garoto pouco costumeiro e inocentemente sociável, demonstrar e avaliar o sua própria visão de objetos, paisagem, valores e outros objetos cotidianos e aparentemente sem muitos atrativos se ele não estiver minimamente inspirado?
Depois disso, me vi tendo uma pequena hora de inspiração e, desta vez, ao invés de usá-la e criar coisas maravilhosas, ou no mínimo libertadoras para mim mesmo, resolvi pensar na liberdade e na causa de o resultado de uma inspiração ser quase sempre algo como o vômito de partes importantes que pesavam no seu estômago e não te fazia tão bem...
Percebi, então de onde a inspiração vem e poderá sempre vir...
A inspiração vem da liberdade, ou de momentos livre, em que se deixa pensar no que se quer pensar, e mesmo que não possa agira spobre algo, acab-se, termina-se quase sempre pondendo recitar sobre seu próprio vômito e o que aquilo pode influenciar e redefinir os olhares de outras pessoas.
O que posso dizer além disso é que a arte é a única coisa realmente amável deste mundo.
Te amo Arte-Vômito.
Sobre o que é e de onde vinha a supervalorizada coisa chamada de inspiração. E porque era tão necessária.
E por pensar nisso perdi um pouco da sensitividade (ou seria sensibilidade mesmo?) e da honestidade de escrever e falar ou gritar sobre algo, alguém ou sobre eu mesmo.
E, por tempos, só houve a seguinte, atenuante pergunta: De onde vem a inspiração?
Da onde sai os sonhos e as palavras e idéias que realmente valem a pena?
De que buraco fundo e fantástico tiram, os artistas e os gênios, suas loucuras bem-guiadas e loucura bem-direcionada?
Ou, e principalmente, como poderá, aquele garoto pouco costumeiro e inocentemente sociável, demonstrar e avaliar o sua própria visão de objetos, paisagem, valores e outros objetos cotidianos e aparentemente sem muitos atrativos se ele não estiver minimamente inspirado?
Depois disso, me vi tendo uma pequena hora de inspiração e, desta vez, ao invés de usá-la e criar coisas maravilhosas, ou no mínimo libertadoras para mim mesmo, resolvi pensar na liberdade e na causa de o resultado de uma inspiração ser quase sempre algo como o vômito de partes importantes que pesavam no seu estômago e não te fazia tão bem...
Percebi, então de onde a inspiração vem e poderá sempre vir...
A inspiração vem da liberdade, ou de momentos livre, em que se deixa pensar no que se quer pensar, e mesmo que não possa agira spobre algo, acab-se, termina-se quase sempre pondendo recitar sobre seu próprio vômito e o que aquilo pode influenciar e redefinir os olhares de outras pessoas.
O que posso dizer além disso é que a arte é a única coisa realmente amável deste mundo.
Te amo Arte-Vômito.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Utopia do amor imor(t)al
Eu quero que nenhum amor morra,
Suma ou se desfaça.
Eu quero que nenhum amor morra,
Não finja, nem disfarça.
Não quero feridas,
corações partidos
Ou mágoas.
Quero você aqui
Exatamente onde
Meu sentimento deságua.
Não quero que o amor morra
Ou seja pouco louvável.
Não quero que o amor morra
Eu prefiro o infindável.
Choro por novos olhares,
Eles se revelam, intimidade.
E nos becos sórdidos,
Achei o óbvio:
Isto foi longe demais do lógico.
Suma ou se desfaça.
Eu quero que nenhum amor morra,
Não finja, nem disfarça.
Não quero feridas,
corações partidos
Ou mágoas.
Quero você aqui
Exatamente onde
Meu sentimento deságua.
Não quero que o amor morra
Ou seja pouco louvável.
Não quero que o amor morra
Eu prefiro o infindável.
Choro por novos olhares,
Eles se revelam, intimidade.
E nos becos sórdidos,
Achei o óbvio:
Isto foi longe demais do lógico.
quinta-feira, 11 de novembro de 2010
Análise sobre a sarjeta e seus quase-fiéis frequentadores
Eles queriam o suor dos outros e todo seu orgulho. Queriam roubá-los e privá-los de expressar qualquer angústia, sendo a própria angústia o fim e o começo de todos os problemas, solucionáveis ou não, no contexto humano.
Eles cheiravam a novidade, mas o aroma não passava de fragrância fraca e barata comprada em qualquer mercado de esquina.
Mas gostavam da noite, da rua, da sarjeta e do estrago.
Gostariam de acordar e não despertar.
Queriam sempre não entender, pois compreender sempre foi mais difícil e nunca os levou a lugar nenhum.
Preferiam nem sonhar, pois isto desistimularia seus atos, que para os outros pareciam devaneios, ou mesmo delírios de luxúria.
Gostavam de apropriar-se de momentos não criados por eles, mas perfeitos.
E queriam sim, dividir seu ar.
Clamavam por um olhar, de atenção ou desprezo. E se sentiam felizes e realizados, se isto acontecia.
Andavam em grupos deformados na sua origem, mas puros na sua concepção.
Preferiam deslizar no chão. Pois pisar seria tão tedioso.
E, principalmente, olhavam nos olhos, mesmo que estivessem mentindo.
Pois gostavam de estudar o próximo e toda reação a favor ou contra eles próprios.
Brindavam à liberdade, sem citar o nome dela.
E se esbaldavam no eterno, enquanto transitório.
Lambiam seus lábios pra experimentar novas sensações e tinham medo das consequências, apesar de ausências serem bem piores para seus espíritos.
Sorriam como um saco de batatas sorri. Singelo, podre e inexistente, de satisfação plena.
Enfiavam até o talo o dedo na ferida alheia. Mas se divirtiam mais ferindo a si próprios.
E como gostavam de desejar.
Sentiam necessidade da vontade.
E só choravam por identificação mesmo.
Preferiam artes complexas e frias, a monumentos vibrantes e comprados por milhões.
Supriam-se do resto, do pó, da felicidade despejada no chão por outros mortais sem tanta sorte, ou genialidade.
Eles cheiravam a novidade, mas o aroma não passava de fragrância fraca e barata comprada em qualquer mercado de esquina.
Mas gostavam da noite, da rua, da sarjeta e do estrago.
Gostariam de acordar e não despertar.
Queriam sempre não entender, pois compreender sempre foi mais difícil e nunca os levou a lugar nenhum.
Preferiam nem sonhar, pois isto desistimularia seus atos, que para os outros pareciam devaneios, ou mesmo delírios de luxúria.
Gostavam de apropriar-se de momentos não criados por eles, mas perfeitos.
E queriam sim, dividir seu ar.
Clamavam por um olhar, de atenção ou desprezo. E se sentiam felizes e realizados, se isto acontecia.
Andavam em grupos deformados na sua origem, mas puros na sua concepção.
Preferiam deslizar no chão. Pois pisar seria tão tedioso.
E, principalmente, olhavam nos olhos, mesmo que estivessem mentindo.
Pois gostavam de estudar o próximo e toda reação a favor ou contra eles próprios.
Brindavam à liberdade, sem citar o nome dela.
E se esbaldavam no eterno, enquanto transitório.
Lambiam seus lábios pra experimentar novas sensações e tinham medo das consequências, apesar de ausências serem bem piores para seus espíritos.
Sorriam como um saco de batatas sorri. Singelo, podre e inexistente, de satisfação plena.
Enfiavam até o talo o dedo na ferida alheia. Mas se divirtiam mais ferindo a si próprios.
E como gostavam de desejar.
Sentiam necessidade da vontade.
E só choravam por identificação mesmo.
Preferiam artes complexas e frias, a monumentos vibrantes e comprados por milhões.
Supriam-se do resto, do pó, da felicidade despejada no chão por outros mortais sem tanta sorte, ou genialidade.
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
serosamudanãomudaomundoomundomudarosamuda
serosamudanãomudaomundo
omundomudarosamuda
omundonãofoifeitopratirosa
omundonãofoifeitoportirosamuda
queomundopodemudartambém
masomundonãoentenderosa
masomundonãoteentenderosamuda
queomundopodetemudartambém
seosonhomudanãomudanada
nadamudaosonhomuda.
omundomudarosamuda
omundonãofoifeitopratirosa
omundonãofoifeitoportirosamuda
queomundopodemudartambém
masomundonãoentenderosa
masomundonãoteentenderosamuda
queomundopodetemudartambém
seosonhomudanãomudanada
nadamudaosonhomuda.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
12 balas doces de sabor randômico na boca de 12 pessoas aleatórias
Ela simplesmente dormiu em meus braços, como se nada tivesse acontecido.
Se sentia segura e se deixava entregar ao mais incerto dos planos, o mundo dos sonhos, mesmo em meus braços.
Braços estes, que ela dizia trazer o maior aconchego que já havia sentido.
Mais cedo, estes mesmos braços, em que a delicada cabeça dela repousa agora, se estenderam à frente, segurando um embrulho vermelho brilhante, com um laço rosa, especialmente decorado para a satisfação visual e a expectativa emocional de precisar sempre ver empenho na demonstração de amor do outro.
E entreguei a ela.
Recebeu com um sorisso feliz, satisfeito, quase servil.
Desatou o laço que deslizou no embrulho, caindo.
Desembrulhou e antes de poder analisar direito o que acabara de ganhar, pulou em meus braços, me abraçando o pescoço fortemente, deixando o pacote cair, pra depois se desculpar, pegando-o rapidamente no chão, rasgando o papel de presente que embrulhava juntamente com a embalagem do que havia ganho, onde lia-se '12 balas doces de sabor randômico'.
Pegou um exemplar destes balas e ao invés de pôr na sua própria boca, olhou para o lado e deu a um amigo, que se encontrava sentado bem ao nosso lado, numa roda de amigos, 12 pessoas.
E depois lhe deu um beijo.
Aquelas pessoas se analisavam e refletiam sob uma lua cheia de outono, numa praia onde sentia-se o cheiro de vontades e desejos complicados de se realizar.
Mas a maioria das coisas complicadas podem ser resolvidas com uma palavra, ou simplesmente uma vírgula.
E foi o que ela nos deu, naquele momento.
A cada vírgula de sua fala sem sentido e perdida no ar, ela depositava em nossas bocas uma bala e um doce beijo naturalmente e equalitariamente intenso.
Deixou-me por penúltimo me dando a bala e me beijando da mesma forma de todos os outros
Me pediu um beijo depois de degustar sua última bala da caixa.
Feliz, ela me olhava com ternura e serenidade, como se aquilo fosse tão normal e fizesse tão bem quanto algumas drogas que usamos, pouco antes de dormir.
Todos se olhavam e depois deste ato, passaram a agir mais sinceramente, com eles próprios.
E eu ainda a tinha dormindo em meus braços, enquanto a lua sumia e o céu se coloria.
Se sentia segura e se deixava entregar ao mais incerto dos planos, o mundo dos sonhos, mesmo em meus braços.
Braços estes, que ela dizia trazer o maior aconchego que já havia sentido.
Mais cedo, estes mesmos braços, em que a delicada cabeça dela repousa agora, se estenderam à frente, segurando um embrulho vermelho brilhante, com um laço rosa, especialmente decorado para a satisfação visual e a expectativa emocional de precisar sempre ver empenho na demonstração de amor do outro.
E entreguei a ela.
Recebeu com um sorisso feliz, satisfeito, quase servil.
Desatou o laço que deslizou no embrulho, caindo.
Desembrulhou e antes de poder analisar direito o que acabara de ganhar, pulou em meus braços, me abraçando o pescoço fortemente, deixando o pacote cair, pra depois se desculpar, pegando-o rapidamente no chão, rasgando o papel de presente que embrulhava juntamente com a embalagem do que havia ganho, onde lia-se '12 balas doces de sabor randômico'.
Pegou um exemplar destes balas e ao invés de pôr na sua própria boca, olhou para o lado e deu a um amigo, que se encontrava sentado bem ao nosso lado, numa roda de amigos, 12 pessoas.
E depois lhe deu um beijo.
Aquelas pessoas se analisavam e refletiam sob uma lua cheia de outono, numa praia onde sentia-se o cheiro de vontades e desejos complicados de se realizar.
Mas a maioria das coisas complicadas podem ser resolvidas com uma palavra, ou simplesmente uma vírgula.
E foi o que ela nos deu, naquele momento.
A cada vírgula de sua fala sem sentido e perdida no ar, ela depositava em nossas bocas uma bala e um doce beijo naturalmente e equalitariamente intenso.
Deixou-me por penúltimo me dando a bala e me beijando da mesma forma de todos os outros
Me pediu um beijo depois de degustar sua última bala da caixa.
Feliz, ela me olhava com ternura e serenidade, como se aquilo fosse tão normal e fizesse tão bem quanto algumas drogas que usamos, pouco antes de dormir.
Todos se olhavam e depois deste ato, passaram a agir mais sinceramente, com eles próprios.
E eu ainda a tinha dormindo em meus braços, enquanto a lua sumia e o céu se coloria.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
E se eu deixasse de sorrir, você iria prefirir?
Não, porque, o que é clichê?
Se não o que se faz ter a impressão de não, isso não deveria reexistir.
Mas faz sorrir.
E parece cooexistir conosco, de novo.
Sobre o vento,
existiu o tormento de estar aqui e poder, de novo sorrir?
Seria o vento clichê?
Ou então o porquê de tantas 'faltas de não'.
Ou então,
Seus olhos parecem cansar e chorar?
E mesmo sentindo,
No ar, prefiriu não cooperar e deixar morrer, todo clichê.
Se não o que se faz ter a impressão de não, isso não deveria reexistir.
Mas faz sorrir.
E parece cooexistir conosco, de novo.
Sobre o vento,
existiu o tormento de estar aqui e poder, de novo sorrir?
Seria o vento clichê?
Ou então o porquê de tantas 'faltas de não'.
Ou então,
Seus olhos parecem cansar e chorar?
E mesmo sentindo,
No ar, prefiriu não cooperar e deixar morrer, todo clichê.
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O vazio molhado dos olhos dele
Me olhou com firmeza.
Certeza tinha,
De que o mundo definharia.
Se antes regojizava-se
Da alegria.
Hoje, ele só dormia.
Sobre as ruas,
Andava com cuidado.
Chegava a ver um ou outro buraco.
Seus olhos miravam o chão.
Não queria mais brincar, então.
Prefiriu contemplar,
Se esqueceu de sonhar.
E a água no seu olhar
Me cobria de razão.
Por ter feito dele são.
Certeza tinha,
De que o mundo definharia.
Se antes regojizava-se
Da alegria.
Hoje, ele só dormia.
Sobre as ruas,
Andava com cuidado.
Chegava a ver um ou outro buraco.
Seus olhos miravam o chão.
Não queria mais brincar, então.
Prefiriu contemplar,
Se esqueceu de sonhar.
E a água no seu olhar
Me cobria de razão.
Por ter feito dele são.
quarta-feira, 30 de junho de 2010
Insólito ar
Voz mansa, como se nada ao seu redor realmente importasse.
Respiração lenta e ritimada.
E ter todo tempo de mundo a sua frente, ás vezes não é tão vantajoso assim.
Alegres são os que deixam o tempo passar.
Fechar os olhos e esperar o mundo decidir que está, ou não, na hora de você sorrir.
Ela acordou.
O dia era tão escuro e chuvoso quanto o anterior.
Não havia razão alguma pra sair da cama, mas ela saiu, desafiando sua sina.
Queria um pouco de atenção.
Sonhou com bolhas, num mar de sabão.
Dormia num quarto umido e com uma brecha que entrava pouquíssima luz.
Mas ela não precisava de luz.
Ela não precisava de nada.
Nem amor, nem ódio, nem tempo, nem dinheiro.
Ela não era feliz e nem pretendia ser.
Estava bom assim.
Um dia chegou a sonhar com o tal príncipe.
O procurou toda noite em baixo das cobertas e nas pistas de dança.
Não encontrou nada.
Desistiu do príncipe.
Desistiu dos homens.
Desistiu das pessoas.
Mas mesmo assim, continuava sentindo necessidade de pele.
Se tocava todo dia.
Aquilo a fazia sorrir.
Mas era tão solitário.
Ainda faltava outra pele, que não a dela própria.
Beijava paredes no banheiro, fingindo ser seu prícipe.
E ele parecia mais um junkie cult, do que exatamente um nobre de cabelos loiros e roupas limpas.
Resolveu parar de esperar.
Começou a olhar para os meninos, como apenas diversão.
Quebrou muitos corações, mas se divertiu.
Esperou o fim.
Morreu quieta e insatisfeita.
Respiração lenta e ritimada.
E ter todo tempo de mundo a sua frente, ás vezes não é tão vantajoso assim.
Alegres são os que deixam o tempo passar.
Fechar os olhos e esperar o mundo decidir que está, ou não, na hora de você sorrir.
Ela acordou.
O dia era tão escuro e chuvoso quanto o anterior.
Não havia razão alguma pra sair da cama, mas ela saiu, desafiando sua sina.
Queria um pouco de atenção.
Sonhou com bolhas, num mar de sabão.
Dormia num quarto umido e com uma brecha que entrava pouquíssima luz.
Mas ela não precisava de luz.
Ela não precisava de nada.
Nem amor, nem ódio, nem tempo, nem dinheiro.
Ela não era feliz e nem pretendia ser.
Estava bom assim.
Um dia chegou a sonhar com o tal príncipe.
O procurou toda noite em baixo das cobertas e nas pistas de dança.
Não encontrou nada.
Desistiu do príncipe.
Desistiu dos homens.
Desistiu das pessoas.
Mas mesmo assim, continuava sentindo necessidade de pele.
Se tocava todo dia.
Aquilo a fazia sorrir.
Mas era tão solitário.
Ainda faltava outra pele, que não a dela própria.
Beijava paredes no banheiro, fingindo ser seu prícipe.
E ele parecia mais um junkie cult, do que exatamente um nobre de cabelos loiros e roupas limpas.
Resolveu parar de esperar.
Começou a olhar para os meninos, como apenas diversão.
Quebrou muitos corações, mas se divertiu.
Esperou o fim.
Morreu quieta e insatisfeita.
quinta-feira, 15 de abril de 2010
No fim (ou não)
Quando apagam-se as luzes
E os sonhos,
(O escuro é mais unitário
Que o claro)
Os humanos conseguem
Se olhar nos olhos.
(No fim os homens
Podem ser iguais)
E finalmente
Me enxergo igual a você
(Sem poder ver podemos nos amar
Sem pensar, sem julgar)
Sem esperança
E nem nada certo no amanhecer.
(Desesperados
Precisamos de antenção.
E sem saída,
Consultamos o coração)
Me sinto bem no caos
(Por isso o maior bem
Que pra ti desejo
É a sua própria
Desconstrução)
Me sinto igual!
(Não há salvação!!
Só queremos nos reconhecer em alguém
Que possa nos segurar pela mão)
Respiro
Não mais só.
(Quando apagam-se
As luzes de fora
Precisamos acender
O que há por dentro)
Posso ver em seus olhos
Algo pior.
(Não espero nada mais
Não me julgam mais)
(Mas pelo menos agora)
Não há diferença
(Mas pelo menos agora)
Entre o bem e o mal
(Mas pelo menos agora)
Entre o resto e a sobra
Atingimos o limite
De nossa própria
Organização...
E os sonhos,
(O escuro é mais unitário
Que o claro)
Os humanos conseguem
Se olhar nos olhos.
(No fim os homens
Podem ser iguais)
E finalmente
Me enxergo igual a você
(Sem poder ver podemos nos amar
Sem pensar, sem julgar)
Sem esperança
E nem nada certo no amanhecer.
(Desesperados
Precisamos de antenção.
E sem saída,
Consultamos o coração)
Me sinto bem no caos
(Por isso o maior bem
Que pra ti desejo
É a sua própria
Desconstrução)
Me sinto igual!
(Não há salvação!!
Só queremos nos reconhecer em alguém
Que possa nos segurar pela mão)
Respiro
Não mais só.
(Quando apagam-se
As luzes de fora
Precisamos acender
O que há por dentro)
Posso ver em seus olhos
Algo pior.
(Não espero nada mais
Não me julgam mais)
(Mas pelo menos agora)
Não há diferença
(Mas pelo menos agora)
Entre o bem e o mal
(Mas pelo menos agora)
Entre o resto e a sobra
Atingimos o limite
De nossa própria
Organização...
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