Mostrando postagens com marcador Devaneio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Devaneio. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Aperte o Botão Pra Continuar

Continue a andar e se recuse a recusar, enventualmente você irá achar um lugar, uma cura ou o que há de haver e de esperar. 
Continue a observar e se atente nos fatos que pode, sem se importar no que passa ou deixa de estar em sua visão limitada, graças a deus.
Parece que há e sempre houve algumas linhas, do tempo, do momento, mas é certo que isso nunca irá vir a importar, em, até mesmo, qualquer lugar.
O que sempre há de te encontrar e te fará reconhecer fatos sobre você é somente o agora, esquecendo passado, futuro ou pretérito (que é que isso ainda venha a significar).
Existe um caminho, o seu. Existe um. Aquele que se forma dia-a-dia e transforma sua rotina a cada ano que passa ou (re)encontro que te perpassa.
Não que haja um ditame ou destino, mas há o fortuito fato de que há você e só você poderia ser, só seus passos te fazem seguir e só sua própria gana de acordar sabe e te entende como é de fato estar.
Não tenha medo portanto de não saber onde pisar, se aquele passo é o mais correto, certeiro ou incerto. Ele é apenas seu passo. Seu caminho, sua parte. E renasce a cada amanhecer.

sábado, 28 de março de 2020

Porque Despetalar o Que Um Dia Te Deu Vida?

Se tem algo que nos torna humano, simples e unidos a tudo que existe, nessa ou em qualquer outra vida, essa coisa se chama amor.
E tenho certeza que essa é a única coisa compartilhada por todos os seres vivos. Porque a vida já é um chamado ao amor (ou a vida advém do amor).
Você precisa querer algo, para reproduzir aquilo. E não falo apenas de duas pessoas unidas pelo famigerado e até escurrarçado amor romântico. Falo aqui de todo o "gênero vida" que existe. Querer continuar, querer existir, pra tentar simplesmente seguir, transformar o estar aqui e gerar outros aquis, qual objetivo pode ser maior que isto?
Penso no poder do encontro, no poder em que isso, de algum modo, não foi aleatório. De alguma forma, todo amor se conecta e o que conecta as existências é o entendimento desse sentimento, desse fervor, desse verdadeiro louvor à vida.
Pensando em louvar, e com todo respeito à deusa unânime de toda a religião, a única onipresente, onisciente e onipotente: a espledorosa Gaia, a Mãe-terra, a Mãe-natureza, peço que continue nos banhando com o amor, e com as coisas advindas do amor, único conhecido gerador de vidas.
É o amor que une as partículas, é a vontade de existir, de se criar, de viver e respirar que gera e é gerado por nosso amor pela vida, é o amor de nossa espécie pela continuidade e criação de vida(s).
E portanto a natureza grita pelo respeito à ela, o respeito aos nossos anciões e a nossa essência... que é vida, gerada do amor, gerada da vontade. Seres pequenos, que poderiam se conectar com à Terra mais profundamente, se não menosprezasse o amor e a geração de vida que isso nos incita. E não digo apenas vida humana gerada, mas, também, como reciclagens de nossos seres, de nossas almas. A gente muda ao conhecer outra pessoa, a gente muda a amar alguém, seja esse alguém um ser que nasceu de você ou aquele você conheceu e reconheceu você mesmo por isso.
A Natureza ela endeusa a si mesma na criação da vida. Na geração de outras vidas. E todos os animais se reconhecem nisso, e um pode olhar pro outro e ter certeza que o que gerou toda aquela diversidade biológica e a força que elas tiveram pra continuar e evoluir e seguir, foi o amor.
Porque despetalar a Natureza, aquela que te deu vida? Porque desrespeitar a única lei deixada por muitos messias e mensagens da salvação, que é o amor, por saber que o amor é a unica coisa divina que possa existir?
Falha como espécie quando algum de nós passa a não se reconhecer no outro.
Amoroso, poderoso e único sentimento possível que é o de existir e gerar vidas, por encontros ou relações e respeitar e visualizar no outro a mesma capacidade e importância para nossa existência como espécie.
Sendo o mesmo, amando do mesmo jeito e só estando aqui por amar, e por querer dar continuidade à vida.
A Terra exige respeito, por ela e por todos humanos, que não são nada mais que uma de suas partes e devemos ser honrados e alimentados como deuses e detentores disso tudo aqui.
Nós geramos vida do amor. precisamos devolver amor a essa vida.

domingo, 15 de março de 2020

Se(nti)r

Se mostra, do jeito que te for mais confortável. Não precisa falar de cara, nem fingir um pedaço. Só que seja amigável.

E até da tua abordagem, eu tiro: tu me demonstra abrigo (O que me deixa tão, tão menos aflito). Às vezes é só o que preciso: observar teu desejo, se(nti)r tua vontade. De verdade, quando o outro precisa de você, você sente, por mais que pareça inconsequente.

É o tal verbo eloquente.

Alto e alterado, preso no meu sincero fracasso, meu único descompasso se torna você, seu olhar, seu observar, seu tentar falar, sua novidade anunciar.

Você é um sonho que tive acesso e somente o que te peço é o nosso processo. Que ele seja concreto e etéreo ou como tiver que ser e vem-sendo. Tão mágico ver ele crescendo.

Até sua pele me atrai e eu nem me recomendo mais.

Algo tão perto, mas tão longe assim. Como deve ser complexo, o sonho do arlequim? A mim, você me parece enfim, dentro de mim e num relapso de costume te mostro pra você. E agora até teu perfume, é algo impossível de esquecer.

Mostra então o que pensa de mim do teu jeito, aquele que lhe for mais afim. Porque somente assim poderei me ver dentro de ti, aproveitando o fim pra te ocorrer um pouco de si.

terça-feira, 20 de maio de 2014

Olhares penetrantes

Olhares como esse nos fazem cair. Olhar pro fundo de nosso (próprio) olho é como olhar no fundo de nossa alma e nos aceitar como deveríamos ser aceitos por todos.
Ser livre, portanto é olhar nos olhos e não ter medo, julgar ou pré-conceber, qualquer coisa.
Se apaixonar e deixar acontecer de ficar parado mais de 30 minutos olhando alguma planta que você pensa ser uma mutante, pois surgiu de ontem pra hoje é tem o organismo perfeito, como quem vive mais de 100 anos.
Seu olho, dentro do meu é como uma faca em toda minha existência e acaba por corromper até meus velhos ossos cansados, me fazendo viver como a muito não lembro de fazer.
Melhor que conversar, é olhar.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Arte-Vômito

Depois de me perguntar em algum momento sobre o que havia de escrever, pintar, construir ou amar...
Sobre o que é e de onde vinha a supervalorizada coisa chamada de inspiração. E porque era tão necessária.
E por pensar nisso perdi um pouco da sensitividade (ou seria sensibilidade mesmo?) e da honestidade de escrever e falar ou gritar sobre algo, alguém ou sobre eu mesmo.
E, por tempos, só houve a seguinte, atenuante pergunta: De onde vem a inspiração?
Da onde sai os sonhos e as palavras e idéias que realmente valem a pena?
De que buraco fundo e fantástico tiram, os artistas e os gênios, suas loucuras bem-guiadas e loucura bem-direcionada?
Ou, e principalmente, como poderá, aquele garoto pouco costumeiro e inocentemente sociável, demonstrar e avaliar o sua própria visão de objetos, paisagem, valores e outros objetos cotidianos e aparentemente sem muitos atrativos se ele não estiver minimamente inspirado?
Depois disso, me vi tendo uma pequena hora de inspiração e, desta vez, ao invés de usá-la e criar coisas maravilhosas, ou no mínimo libertadoras para mim mesmo, resolvi pensar na liberdade e na causa de o resultado de uma inspiração ser quase sempre algo como o vômito de partes importantes que pesavam no seu estômago e não te fazia tão bem...
Percebi, então de onde a inspiração vem e poderá sempre vir...
A inspiração vem da liberdade, ou de momentos livre, em que se deixa pensar no que se quer pensar, e mesmo que não possa agira spobre algo, acab-se, termina-se quase sempre pondendo recitar sobre seu próprio vômito e o que aquilo pode influenciar e redefinir os olhares de outras pessoas.
O que posso dizer além disso é que a arte é a única coisa realmente amável deste mundo.
Te amo Arte-Vômito.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O grande rio que ruma...

Sabe, era noite e tinha ficado frio de repente, sem ter nem pra quê. E o frio encostava e ardia dentro da sua orelha fria. E isso não era quente, nem nada, era triste e balbuciante. Ter você ao meu lado parece brilhante, esquece-se os diamantes. E a guerras, travadas dentro e fora dos vasos ou mins. Somos torturados ao nascer e ter que respirar o mesmo ar, antes respirados por restos. Sabe, querer sorrir e aproveitar, descansar e deitar se tornam novas opções sem muito apelo ou lógica. E tudo adquire um tom mais neutro, acizentado e parece querer te dominar e te faz querer sempre descansar. Pois suas retinas não aguentam mais fitar o nada enquanto a cabeça quase estoura de tantos pensamentos e sentimentos de merda que parecem sempre lindos e maravilhosos e resultam em dúvida, ciúme e rancor. Queria não pensar, esvasiar a mente e deixar fluir, sabe? Como aquele velho rio que parece sempre me fazer me olhar e seguir. Não aquele seguir que te faz querer chegar em algum lugar ou ser campeão de alguma coisa. Seguir apenas porque não há outra escolha e deixar rolar parece uma opção muito mais válida e coerente de se fazer, quando existe uma correnteza inteira te empurrando, mesmo que seja em direção a uma cachoeira deslumbrantemente caldolasa e alta.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O naufragar

Andei meio esquecido de mim mesmo e dos outros ao redor, andai pensando em não pensar.
Tô tentando parar de ter que ser alguém.
A vida é um rio, sim, e você deve deixar fluir.
Mas (além de não ser tão fácil se largar assim na mão de qualquer rio) existem partes, e muitas passagens que são caudalosas, agitadas, difíceis, doloridas e sem qualquer calmaria tão sonhada.
Sozinho.
E o solitário sempre enjoa da companhia de sua única parceira, a solidão.
Mas deseja...
E o desejo é como uma tentação, um pecado. Ser sempre atraido pela solidão.
E desejoso de um final feliz, quer apenas dormir, como sempre. Fechar os olhos, descansar e esperar chegar aquela hora em que o rio estará mais calmo, sem pedras ou outros obstáculos, mais fácil de navegar.
Mas, além disso tudo e um pouco acima, num lugar conhecido como coração ou cabeça, existe aquele preguiçoso, que cansou disso tudo, mas que lá no fundo continua a desejar, sonhar, um final mais calmo do que exatamente feliz.
A calma pode durar mais tempo que a felicidade.
E por isso negar aos desejos da carne, ou aos instintos, ou mesmo levantar, sair do barco e ver que o rio não é tão fundo assim, pisar na areia, ou pequenas pedras que têm no leito do rio, e então tomar o rumo da porra da sua vida, mesmo que para voltar atrás seja dificílimo.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Crenças, dores e amores

E talvez seja hora de acreditar em algo.
Existente ou não.

Parar de estar tão só, sempre.

Ter um porquê.
Ou ao menos, defender,
Com absoluta certeza,
O porquê.

E daí, passar a fazer
Por onde.
E aonde estiver,
Vai poder falar.
E assim olhar
Para dentro de si próprio
Tão facilmente quanto observa e entende os outros.

Sempre acreditei.
Nunca, nunca presenciei
O amor pleno.
Sem nenhum "a menos".

Ou mais...
Nunca vi aquele que satisfaz.

Será hora de desacreditar da dor
E parar de sofrer por amor?

Mas no ato, passo a acreditar no fervor.
E no tato, percebo de algo com muito mais valor.
E no contato, reparo que não há fato
Que vá curar, plenamente, essa dor.

Pois assim te reapresento o amor.

Te abraça e te entende.
Te toca e tu sentes,
Que ali está a única razão
De não andares mais em vão.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Reflexão sobre os dias úmidos e quentes de outono

Sabe aquelas horas, dias minutos, instantes em que se torna difícil até tragar o cigarro até o final? Não por estar enjoado, ou nada deste tipo, mas sim por estar cansado demais até para isso.
E o levitar e sorrir se tornam apenas lembranças boas de um tempo nostálgico.
Quando o seu olhar parece morto e você não tem força nenhuma para abri-lo e fitá-lo em quase ninguém.
E ninguém às vezes faz falta.
Não depender ou não ter que pensar em ninguém e nem ter que suportar seus pesos, conceitos e outras coisas fúteis (quando olhadas de fora).
Coisas sem importância alguma para a sua vida ou até mesmo para a vida deles próprios.
E, na verdade você sente vontade de gritar, cuspindo na cara deles, que eles precisam, assim como você próprio acordar e sonhar novamente com coisas menos proibidas que antes.
A doçura de ser inocente sem ter que se passar como falso.
E a delícia exuberantemente única de poder se sentir vazio, sem pensamentos, preocupações, conceitos, esferas, ninhos, relações ou qualquer coisa daquelas que te tirassem o sono por encomenda.
No fundo se trata apenas de conseguir olhar nos olhos daqueles que te interessam e não ter que pensar em milhões de explicações para isso.
Automaticamente, nos tornaremos apenas o resto de algo que podia ser brilhante.

quarta-feira, 16 de março de 2011

A folha branca sempre me parece tão mais interessante

Saber que ao virar as páginas de seu caderninho recém-comprado em qualquer mercadinho de bairro (ou condomínio), ele irá se deparar com mais e mais folhas em branco.
Esperam apenas existirem e esperam, ansiosamente, serem preenchidas de riscos ou palavras.
Ele admira a capacidade de ser folha em branco e passa a idolatrar aqueles que conseguem viver sem nada, apenas existindo, como folhas em branco e esperam serem escritas ou rabiscadas, mesmo sendo lindos, assim, em branco.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O hardcore nunca vai morrer, mas você vai...

Os parêmetros já foram traçados.
Os caminhos foram escolhidos.
Agora vamos brincar,
Vamos bagunçar,
Vamos dançar,
Vamos criar o caos
Ou o mal.

Vamos matar,
Vamos aproveitar,
Vamos transar.

Vamos não ligar,
Vamos desapegar,
Mas não totalmente.
Nunca consiguiríamos.

Vamos... não mais esperar.

Sim, queremos dançar.
Não queremos cuidar.

Queremos tudo,
Queremos mais.
Nada mais nos satisfaz.

E até o porquê foi esquecido.
Esquecemos até do perigo.

Mas já prevíamos.

"Vamos agitar a procura de um lar"
Mas esquecemos de perceber
Que o lar é seu ser.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Balbúcios de um coração que insiste em tentar ser pequeno

De repente, percebo que as pétalas daquelas rosas vermelhas, que me deste para mostrar a cor rubra e intensa de sua paixão, tem o mesmo toque sedoso, macio, acalentador, suave e liso da sua pele.
Gosto de perceber acasos loucos que me trazem até aqui.
Adoro lembrar das tardes e dos óculos como sonhos cinematográficos que gravaram em nossa memória para sempre.
Titubear é verbo velho e ultrapassado que não encaixa mais em parte alguma, entre nós.
Te tenho por inteira.
E saber que o toque da sua pele, o qual a rosa me fez recordar, pode ser tão simples e acessível como saber que poderei talvez tocar outras rosas, enquanto elas se encontram no mesmo vaso.
E posso sofrer a angústia do talvez, por ter mais opiniões...
E gosto de pensar naquele antigo amor.
E em como ele era calmo, terno, seguro, clichê e delicioso.
Mas em como, principalmente, ele se tornara chato após alguns anos de convivência e romantismo.
Mas a ternura nele me atraia.
E talvez, hoje eu não seja tão romântico por motivos que passam perto da inocência, perdida outrora.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O mar

Estar quase afudando,
mas lembrar dos grãos de areia.
E saber que sempre vai haver onde pisar,
Mesmo no fundo do mar.

E querer que não fosse tão fundo assim.

E se fosse melhor?
Maior?

E se parecesse como a brisa?
Alisa.

E se não precisássemos de chão?
Novos ares, então.

Queria mais que o mar,
Quis sempre o ar.

Sentar e conversar.
Sentar e amar.
Porque se torna tão difícil, mesmo em frente ao mar?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Óculos vermelhos

Estes óculos vermelhos existem, estão prostrados diante de mim e em cima de minha toalha de mesa verde.
Ela gostava de cheirar a mistério e preferia nunca deixar tão claro o que queria. Não por não saber, sim para atiçar a curiosidade alheia.
Sua textura quase rubra e totalmente lisa, me remetia a seu rosto e a exatamente o olhar que devia e podia ser escondido por aqueles óculos vermelhos.
Ela me olhava como um gato e adorava agir tal qual.
Gatos me deixam empático, curioso, desejoso e, essencialmente, livre.
Eles, os gatos, gostam de assediar nossas vontades. Nos fazem desejá-los, mas fogem sempre a qualquer movimento de aproximação.
E pessoas como gatos exercem atração e degustação a mim e ao meu desejo de conhecer. Pois gatos, na verdade, desejam ser o centro mais desejado, lindo e limitado de toda a atenção.
Gostam, as pessoas e os gatos, de serem desejadas, mas não exatamente tocadas.
E ela esconde seus olhos, maliciosamente, por trás dos óculos vermelhos que parecem me fitar com a mesma firmeza do olhar dela.
Sim, os óculos vermelhos combinam com seu ar de palhaça mais bela do circo. E com suas atitudes e intenções de olhar, tão facilmente decifráveis.
Gosta dos problemas, somente por eles serem uma fuga da rotina chata, angustiante e tão... Confortante.
E ter preguiça é ato do instinto, diria ela afirmando que eu falaria isso com ar de sabe-tudo.
Admitir é meio chato, às vezes.
Mas não evito sinceridade com aqueles que me apetecem por mais tempo que uma noite.
Seus olhos, e seus óculos vermelhos, me incitavam a praticar o mais louco ato de liberdade romântica e, ao mesmo tempo, a demandar toda e qualquer vontade do corpo pra um lugar onde isto não afete, ou fique, tão perto assim, do meu impetuoso coração.
E vírgulas me comovem.
Ela é mestre nas vírgulas e nos três pontos intermináveis.
Admirava (o gosto fugaz e louco dela) o silêncio precedente de um estrondo, seja este emocional ou, virtualmente, real.
Preferia o último momento, e não pensaria que o mundo acabaria em 2012, pois, simplesmente, não está em dezembro de 2011.
Gostava de enigmas, mas não os decifrava tão fácil assim, quanto parecia.
Seus óculos me lembram o sol e o jeito dela e delas, de serem oficialmente aptas a me proporcionar prazer falso e jovial e a me dar segurança de um mundo sem finais rápidos, me proporciona alegria e afeto.
Por isso olhar para trás quando uma menina esteticamente perfeita (para um quadro realista, ou para um simplesmente conceitual) passa a acontecer diariamente e momentaneamente.
E ela não entende que aquilo é amor, ou, simplesmente liberdade, palavra bem próxima, semanticamente, de libertinagem.
E preferia a orgia ao solitário sexo à três, também semanticamente 'falando'. E não ela, e sim eu.
Se fosse ela, eu e nós, ela acharia excitante, como ter alguém capaz, ou próximo de realizar seus fascínios.
Já isso vale tanto pra ela, quanto pra mim.
Gosta do cheiro de outras rosas, algumas tão próximas que se tornam impossíveis de não serem a maior causa de um beijo no escuro, quando sua vida poderia estar tão clara, se eu mesmo desejasse.
Mas não desejei, pois o escuro, infelizmente é mais atiçador, eu diria, do que o claro.
Mergulho na escuridão da pupila, preta, dela.
Acordo com lágrimas nos olhos e vontade de me identificar.
Ela é perfeita.
Assim como meu desejo de ver outros óculos vermelhos, ou verdes mesmo, sejam tão fortemente e tão perfeitamente intensos quanto as vontades dela de se sentir segura.
E sempre espero uma cena de filme pornô, daquelas que acontecem simplesmente ao acaso.
Ou cenas feitas para parecerem aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaacaso.

Fim (do dia de hoje).

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A velha sindróme do centro do universo

Esperou o dia raiar para dizer que nada mais era tão igual.
E que aquelas reais esperanças, de quando se tem 10 anos, realmente, não existem mais.
E o que resta é um lugar vazio, esperando por um complemento, ou algo que distraia e faça pensar em algo menos intenso.
Gostaria de ver os dias passando de longe, só para não se deparar com aquele velho sentimento juvenil e ultrapassado.
Ter medo de pessoas não é tão normal quanto possa parecer, já que o ser vivo que mais nos relacionamos são as próprias pessoas.
E elas te olham nos olhos e passa a ser muito difícil encarar de perto.
Ainda mais se esta pessoa ativar sua empatia.
Isso não é fácil e falar algo pode ser a pior saida quando se pensa em mais de uma possibilidade de compreensão.
O silêncio, nessas horas, não apetece tanto mais.
E incomoda a ti.
E a sentir que os outros também se incomodam.
Velha sindróme do centro do universo.
É talvez infantilidade demais, pensar que algo infitito vá ter um centro.
Por que até mesmo em partes limitadas, como corpos, não consegue encontrar centro ou direção alguma.
Difícil, então, rejeitar novos contatos, de pele, de saliva ou de idéias.
Porém mais fácil que expressar algo dúbio.
E isso se torna triste a partir do momento em que se quer poder dividir algo, mesmo que este algo seja um pequeno espaço neste infinito universo o qual sempre achou (e quis acreditar) ser seu centro esquecido.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O leve toque do ar condicionado e suas consequências para a solidão (ou Preliminar)

Só.
E os objetos parecem mais intangíveis.
Os pés quase não tocam o chão e as mãos não se encaixam umas nas outras.
E nem há outras por perto.
O jeito é flutuar e esperar.
Flutuar e esperar a hora de poder sentir algum toque.
Prefiro toques suavemente distribuidos pelo corpo, quase que não tocando a pele, do que toques desesperados por prazer.
Quero me arrepiar.
O olhar arrepia e ludibria.
Mas e o amor?
Este existe quando ainda não há toque?
Posso amar algo que não toquei?
Ou é melhor dizer que apenas gostei?
Sentir falta de ar é pior que precisar de ar?
Preciso te olhar nos olhos para te fazer gozar?

Peles ficam realmente mais sensíveis no frio.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Reza n°2709

O problema é querer e não ser querido de volta.
O problema é começar a amar e se esquecer de não controlar nada.
É, apesar de sentir a suave brisa da primavera te tocando as faces e te chamando pra voar junto a ela pelos ares perfumados deste enorme campo de trigo em que passei a me imaginar a partir deste momento, preferir não lamentar.
O problema é querer demais e não ter forças para conseguir.
Ou ser apressado demais até para as próprias sombras de possibilidades que te cercam.
E acreditar que todos são deuses, pode ser sim considerado loucura perante à lei de um rei cego que comanda olhos pulsantes de falsa fé.
Mas me emociono com o toque dos sinos ao anoitecer.
E eles me emocionam de qualquer modo e parecem soar para me lembrar que sou real e não represento mais que nada, nem ninguém.
E o estridente toque do metal do pêndulo batendo no metal da parede me lembra que sinos, livros, cruzes, palavras, minutos e deuses podem matar. E podem morrer.
Mas preferem apenas sorrir e olhar para meus olhos como se realmente fossem capazes de perceber a profundeza de um olhar humano, quando apenas querem me estudar para poder usar o resultado em pesquisas de intenção de votos, logo após.
Como podem esquecer que nós sentimos?
Eu posso sentir muito mais plenitude num toque de violino do que numa reza desesperada.
E prefiro assim.
Prefiro as coisas sentidas.
Prefiro o silêncio dos momentos e seus sinais de perfeição a cada segundo.
E o problema é querer voar sem nem ao menos ter asas pra começar a tentar.
O problema é esperar resposta de algo que não pode ser definitivamente explicado.
É querer explicar a real situação de um coração recém-apaixonado ou recém-solitário.
E ao tentar voar esqueceu de novo que as asas não podem ser feitas de imaginação, elas existem, mas não em você.

Se você assim desejar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Empatia, vontade e uns goles de sinceridade

Parte I -
Todos os gentis, têm segundas intenções.
O gentil quer no mínimo ser (re)conhecido em meio a tanto mormaço, que embaça a visão.
E o mesmo, é fraco e tolo.
Pois espera demais.
Simplesmente o ensinaram que só deveria fazer aos outros o que gostaria que fizessem a ele.
Mas porque ninguém fazia o que ele esperava?
E, mesmo sendo gentil, ele duvidou de seu próprio papel e se perguntou se realmente iria ganhar algo em troca daquilo tudo, um dia.

Parte II
Ele passa a não conseguir ser gentil duas vezes seguidas.
Sabe que nunca funcionaria e prefere focar em um só centro-de-atenção, digamos assim.
E foi sendo gentil, que aprendeu a agradar as pessoas.
E agrandando-as conseguiu o que ele queria, não importava o que fosse.
Se sentiu sujo, mas logo passou.
E preferiu continuar sendo gentil, mesmo, e não só esperando algo em troca e sim sabendo que algo vai vim, basta saber atraí-lo.

Parte III
Chamou isso de felicidade.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

30 tardes ensolaradas e a fumaça sobre nós

E sempre a encontrava bem, ao meu lado.
Fácil alcançar suas mãos.
E sua pele podia ser eleita como a mais suave de todas.
Ela conseguia ultrapassar a fumaça que sempre cobria meu olhar.
E ainda dizia que era bonito o que via através.
E seu olhar era sereno e sem pressa.
Sem pressa do amanhã.
E apesar de ter medo, fingia muito bem não sentí-lo.
Se tornou abrigo.
Sem castigo e sem controle de desejos, como antes era tão nítido.
Suas expressões, de tão misteriosas, me faziam querer olhar através da fumaça, menos densa, que também cobria seu olhar.
E ao tentar, fui surpreendido.
Surpresa boa, daquelas que te fazem acordar e sorrir, ao olhar pra frente.
Era mais.
E mais, era simples.
O pior é que eu não sabia nem como ficar com raiva dela e nunca conseguia me fazer de invisível ao seus olhos.
Ela me mostrou que na verdade não há um porque muito claro e exato de continuar querendo sumir.
Ela me prometeu coisas, não cumpriu.
Mas me deixou aqui e ali.
Sem exigir minha volta, mas tendo certeza que não seria fácil pra mim, não voltar.
Ela liberou um daqueles lacres que cultivei por alguns anos.
Sem querer, me mostrrou e me confirmou meus sonhos.
Me mostrou um caminho mais fácil, sem perdas, cobranças ou andanças excessivas pra lugar nenhum.
Me contou sem muitas palavras que o futuro nada mais é do que raios de sol, cortando a fumaça densa que se formava quando estávamos juntos.
Me deu um ponto.
Não um fim, mas um ponto. Onde pude me equilibrar e ao mesmo tempo me arriscar, sem temer ou parar.
Isso sem falar de seu beijo e de seu corpo que, quase magicamente, se adaptaram a mim.
Me dando calor e força por tardes que passavam suavemente despercebidas ao lado dela.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Noite, febre, luta

Gostava de agir sempre assim, saia de casa sem olhar para trás e às vezes esquecia até de trancar a porta.
Preferia se livrar logo do mofo de estar num mesmo lugar sempre.
Não entendia a lógica de se ter um telefone fixo, já que nunca quis passar tempo bastante em casa para ser encontrado lá.
Preferia ser acordado de manhã com uma batida forte e quase decidida em sua porta, lhe chamando para fora, para brincar ou beijar.
E isso ele sempre desejou, beijos roubados ao léo.
Ou, pedidos com carinho suficiente para lhe fazer se sentir importante para alguém por, pelo menos, alguns momentos.
À noite, ele sempre procurava o lugar que fizesse mais frio.
Gostava de estar no frio para sentir a necessidade de um corpo quente por perto, e poder desejar aquilo sinceramente com toda sua vontade.
E sentia sempre um frio na barriga ao ouvir frases como 'amanhã não existe', ou 'te amo de amor'.
E não por acaso (pois o acaso deixa de existir quando se percebe que não existe realmente um deus, ou alguém mais superior do que ele próprio nas suas decisões diárias), ele gostava de olhar pros dois lados da rua, e da vida.
Gostava de saber exatamente onde pararia seu impulso puro e livre de simplesmente deixar acontecer. E por isso pensava demais e gostava de analisar minuciosamente todas as possibilidades.
Não que isso lhe ajudasse muito a tomar as decisões importantes, de fato.
Mas o livrava de um dos maiores males que já lhe ocorreram, o arrependimento.
Preferia soltar suas próprias frases de efeito, com sinceridade suficiente para convencer qualquer um que ele tinha, no mínimo, personalidade.
Olhava pros outros com o maior desprezo do mundo, pois a maioria das pessoas que via na rua, pareciam, sempre objetos abduzidos de um outro planeta, o 'planeta-bolha', onde usavam bolhas auto-sustentáveis para se proteger, se escondendo.
E desprezava o medo.
Desprezava 'conceitos-prisão', aqueles que o fazia se sentir impelido a cumprir, sem nem entender porque, pelo simples fato de ter apreendido isso, visto isso, vivido isso, pelo simples fato de existir a palavra normal.
Ele desprezava a normalidade e a ordinariedade de não poder experimentar algo considerado fora do comum.
Sabia e conseguia ver realmente a beleza de tudo, inclusive e principalmente da morte e do fim.
Mas mesmo assim, toda noite ele sentia falta de coisas que lhe ensinaram a gostar.
E preferia, mesmo adoentado, sair na rua e lutar, brigar, discutir, falar e ousar defender idéias que ele sabia não serem simples e de fácil assimilação pelos outros.
Ordinários, como ele e toda sua biologia e geneticidade, já comum e quase idêntica ao do outro que se encontra ao seu lado.
Mas gostava do frio, mesmo quando só, pois lhe fazia entender melhor o que realmente queria, e isso ele nunca conseguiu explicar.