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sábado, 28 de março de 2020

Porque Despetalar o Que Um Dia Te Deu Vida?

Se tem algo que nos torna humano, simples e unidos a tudo que existe, nessa ou em qualquer outra vida, essa coisa se chama amor.
E tenho certeza que essa é a única coisa compartilhada por todos os seres vivos. Porque a vida já é um chamado ao amor (ou a vida advém do amor).
Você precisa querer algo, para reproduzir aquilo. E não falo apenas de duas pessoas unidas pelo famigerado e até escurrarçado amor romântico. Falo aqui de todo o "gênero vida" que existe. Querer continuar, querer existir, pra tentar simplesmente seguir, transformar o estar aqui e gerar outros aquis, qual objetivo pode ser maior que isto?
Penso no poder do encontro, no poder em que isso, de algum modo, não foi aleatório. De alguma forma, todo amor se conecta e o que conecta as existências é o entendimento desse sentimento, desse fervor, desse verdadeiro louvor à vida.
Pensando em louvar, e com todo respeito à deusa unânime de toda a religião, a única onipresente, onisciente e onipotente: a espledorosa Gaia, a Mãe-terra, a Mãe-natureza, peço que continue nos banhando com o amor, e com as coisas advindas do amor, único conhecido gerador de vidas.
É o amor que une as partículas, é a vontade de existir, de se criar, de viver e respirar que gera e é gerado por nosso amor pela vida, é o amor de nossa espécie pela continuidade e criação de vida(s).
E portanto a natureza grita pelo respeito à ela, o respeito aos nossos anciões e a nossa essência... que é vida, gerada do amor, gerada da vontade. Seres pequenos, que poderiam se conectar com à Terra mais profundamente, se não menosprezasse o amor e a geração de vida que isso nos incita. E não digo apenas vida humana gerada, mas, também, como reciclagens de nossos seres, de nossas almas. A gente muda ao conhecer outra pessoa, a gente muda a amar alguém, seja esse alguém um ser que nasceu de você ou aquele você conheceu e reconheceu você mesmo por isso.
A Natureza ela endeusa a si mesma na criação da vida. Na geração de outras vidas. E todos os animais se reconhecem nisso, e um pode olhar pro outro e ter certeza que o que gerou toda aquela diversidade biológica e a força que elas tiveram pra continuar e evoluir e seguir, foi o amor.
Porque despetalar a Natureza, aquela que te deu vida? Porque desrespeitar a única lei deixada por muitos messias e mensagens da salvação, que é o amor, por saber que o amor é a unica coisa divina que possa existir?
Falha como espécie quando algum de nós passa a não se reconhecer no outro.
Amoroso, poderoso e único sentimento possível que é o de existir e gerar vidas, por encontros ou relações e respeitar e visualizar no outro a mesma capacidade e importância para nossa existência como espécie.
Sendo o mesmo, amando do mesmo jeito e só estando aqui por amar, e por querer dar continuidade à vida.
A Terra exige respeito, por ela e por todos humanos, que não são nada mais que uma de suas partes e devemos ser honrados e alimentados como deuses e detentores disso tudo aqui.
Nós geramos vida do amor. precisamos devolver amor a essa vida.

domingo, 15 de março de 2020

Se(nti)r

Se mostra, do jeito que te for mais confortável. Não precisa falar de cara, nem fingir um pedaço. Só que seja amigável.

E até da tua abordagem, eu tiro: tu me demonstra abrigo (O que me deixa tão, tão menos aflito). Às vezes é só o que preciso: observar teu desejo, se(nti)r tua vontade. De verdade, quando o outro precisa de você, você sente, por mais que pareça inconsequente.

É o tal verbo eloquente.

Alto e alterado, preso no meu sincero fracasso, meu único descompasso se torna você, seu olhar, seu observar, seu tentar falar, sua novidade anunciar.

Você é um sonho que tive acesso e somente o que te peço é o nosso processo. Que ele seja concreto e etéreo ou como tiver que ser e vem-sendo. Tão mágico ver ele crescendo.

Até sua pele me atrai e eu nem me recomendo mais.

Algo tão perto, mas tão longe assim. Como deve ser complexo, o sonho do arlequim? A mim, você me parece enfim, dentro de mim e num relapso de costume te mostro pra você. E agora até teu perfume, é algo impossível de esquecer.

Mostra então o que pensa de mim do teu jeito, aquele que lhe for mais afim. Porque somente assim poderei me ver dentro de ti, aproveitando o fim pra te ocorrer um pouco de si.

quarta-feira, 11 de março de 2020

Esses e Erres (ou Prece à Incerteza)

Cansado de sonhar,
Fui ali só olhar,
Testar
Mais uma vez
Aquele talvez.

Existem dois tipos de frio na barriga:
Aquele que faz acreditar e lembram as borboletas,
Outro soa mais como pesar e dúvidas vazias e pretas.
A solução pros dois é o abraço que abriga.

Meu lar, moça,
Sempre será
Outro lugar.
Nunca encontrei em mim
Aquela razão pra ficar.

E só permaneço.
E só ouço seu beijo.
Ou leio por meio
De outro lampejo.

Acreditando que não vale
Ficar aqui, nem me compare
Com alguém que merece.
Eu sei bem que entristece,
Olhar pro lado e ver
Que alguém consegue merecer
Um amor, uma dor,
Maior que apenas o sabor.

Porque não me fala,
Porque não me compara?
Porque simplesmente não para
De ousar me dar fala?

Eu fico aqui achando
Que tenho sua atenção,
Eu fico aqui sonhando.
No fim, achando que não.

E o frio na barriga enegrece,
E o frio apenas cresce,
Mesmo com mais de uma prece.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

rounded teeths

Dentes arredondados,
Meio que tratados por sua lingua, enquanto fala demais ou cala demais.
Olhos linkados e prontos pra perceber tudo a sua volta.

Envolta, sempre que possível, num belo ar de mistério.
Perfeitamente de ninguém.

E sua presença incomoda e acomoda.
Encontra outro, faz tua dança tão linda.

Ssonha o sonho e vive além da vida
Prefere ostentar algo maior que dinheiro.
Vida.

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

Vinte 3

E ao começar, alcança caminhos antes inexplorados
e te faz vim-ver.
Olha para o lado e realmente nunca se vê.
Mas quando ela se permite, existe,
e da flor nasce algo além-triste
percebe-se que foi perda de tempo
e que esperar quase-ano por esse momento
nos faz inexatos, perdidos e compactos.
Sabe-se que lá fora há
sempre flores, frutos e ar.
Então me diz
pra que esperar a primavera para ser feliz?

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Por escondido

Me deixa aqui com meu cigarro
Me faz olhar pro outro lado.
E quer sorrir, ameaçado.
Um outro sonho despedaçado.

Acorda assim sem nem recado.
Esquece seu amor passado.
Aquece aqui o peito em chama
E faz amor em outra cama.

Melhor olhar por escondido
Do que gritar ao pé do ouvido.
Esquece, é certo se escorar,
Tente não se preocupar.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Por ti...

Gostaria,
meu caro,
de te fazer um único pedido,
então:
me deixe sozinho.

Não me procure,
nem deixe ninguém o fazer.

Me deixe só.
Me deixe aqui com minhas angústias.

Deixe que os meus medos,
receios
e lamentos interiores
me fitem diretamente em meus olhos.

Preciso conhecê-los
e enfrentá-los
em um nível pessoal.

Sinto falta das palavras
solitárias e únicas
que saem da minha boca
enquanto estou vazio.

Preciso direcionar,
apenas por algumas horas,
ou alguns anos,
a minha inteira atenção a mim,
meu coração e,
especialmente meus medos escondidos.

Chegou a hora de re-virar
meu olhar para dentro.

Preciso de distância das horas,
do tempo,
dos deveres
e da bendita razão.

Só assim,
depois,
vou poder e conseguir
me dar por completo,
me entregar,
me soltar,
deixar fluir.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Sobre o fim do mundo e as histerias coletivas

Porque todos de repente se preocupam com algum fato irrelevante e geralmente ilusório? Porque se desesperam a ponto de perderem o controle de suas vidas e rotinas pífias e sem graça? Porque desejam e as vezes lutam por vitórias enganosas e por vezes autodestrutiva?
Temos mesmo um instinto totalmente suicida? Realmente acreditamos que nada pode ser pior do que continuar a viver exatamente da mesmíssima maneira pelos próximos 10, 15, 20, 25 anos? E chega a ser injusto, então, ser, ter, parecer, encenar, algo que não é, não tem e não vive?
Uma saída razoável e bem plausível seria a de algo maior existir.
E se algo maior resiste, um dia passamos a nos sentir impotentes, fracos, pequenos. Sentimentos mesquinhos demais para a natureza humana, natureza essa, obviamente, selvagem e violenta.
A melhor resposta seria o silêncio. O vazio. O não. O fim, enfim.
E o fim, finalmente, atrai e fala sobre a que veio, ou ao que virá, ou, ainda, ao que deveria findar.
Amamos a impotência, pois já acreditamos e nos adequamos a não se incluir, a sermos inferiores, ou pelo menos, sempre nos ensinaram isso, nas escolas e jantares em família.
Deixamos-nos ficar por baixo e nunca gritar. Pois é mais fácil assim.
Porém alguém, alguma hora, tem que sempre citar uma antiga profecia, ou uma antiga crença que insiste em nos dizer aquilo exatamente que queríamos ouvir: O mundo vai acabar no dia 21 às 21 horas, pois simplesmente encerrou-se mais um ciclo, ciclo este que é sucessor do que detonou toda a vida dos dinossauros, os todos-poderosos, antes da gente, antes de deus.
Seria como uma salvação às avessas. Pois já nos acostumamos a estar por baixo, mas imaginar um governador, um estadista, um presidente, um rei ou um papa ficar por baixo e sofrer, por alguns instantes que sejam, como nós sempre sofremos, sofrer mais até por ver seu ter se perder, isso, sim, seria um sonho e uma retaliação à nosso ser ou haver interior.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Começo do Inverno (Ou aquele dia em que o nó na garganta dá significado a palavra amor)

Vinte e um de junho.
Sempre confundido como o dia da noite mais longa.
O dia em que o frio toma conta e finalmente nos leva a olhar pra dentro.
Aquela velha máxima de que em dias mais frios nos tornamos mais introspectivos, mais sensíveis.
Eu, sempre preferi o frio e sim, você sabe.
Por isso e por você.
Pelo inverno. Pelo ar diferente, pela questão diferente.
E especialmente pelo amor.
Aquele velho mistério (talvez o mais velho do mundo), o amor.
E o que o amor tem haver com o frio?
Seria apenas porque no frio ficamos mais próximos, pra nos aquecer e acabamos por vezes nos aproximando mais do que fisicamente?
Será por causa daquele dia em que a menina que você amava na época lhe chamou pra dividir a proteção de seu guarda-chuva, naquela tempestade que caiu durante o caminho para a escola?
Ou será que é porque este dia sempre foi marcado por uma comemoração?
E sempre fui levado por esta confusão.
O inverno, que por muitos sempre foi amaldiçoado, por mim, e por nós sempre foi comemorado.
Era dia de alegria, não daquela alegria chata e monótona de verão. Mas da alegria de inverno. Alegria de frio, também conhecida como amor.
Lembrada como aquele abraço, molhado por lágrimas.
Lembrada como aquele choro no colo e o desespero característico de quem nunca soube realmente se acostumar com a levada frenética e ainda desconhecida da vida.
E venerada por aquele que era acalentado, aquele que era acalmado da forma mais funcional possível.
Venerada, como mãe.
Venerada como dona do inverno.
Como a única que consegue tirar os nós de minha garganta e me fazer falar, sorrir e chorar de verdade.
Venerada como santa.
Na verdade a única santa que conheci.
Venerada como muito mais que um exemplo, pois exemplos não amam.
E amor não é exemplo, é sentimento.

Vinte e dois de julho, segundo dia de inverno e começo do meu eterno lamento por nunca conseguir traduzir exatamente aquilo que gostaria de lhe declarar.
Por incapacidade de poder descrever e escrever perfeitamente sobre o amor.

Eu te amo Inverno.
Eu te amo Frio.
Eu te amo Amor.
Eu te amo Amiga.
Eu te amo Mãe.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Poema Cotidiano

E...
aquela velha figura, rota e suja
desenhada em forma de luta,
Aquele tipo turrão,
cimento, tinta e sangue na mão,
típico trabalhador brasileiro
pensando em sexo, cerveja e terreiro.
acordado desde às quatro,
o cheiro do café ecoa em seu barraco,
antes de galos canterem
e quaisquer sóis raiarem,
já está de pé,
coa seu café,
no ônibus pro trabalho
sem nem imaginar,
acaba por me inspirar.

sábado, 31 de dezembro de 2011

2012

There is the last day of two thousand eleven,
Welcome two thousand twelve, the last year of ours lives.
And there is nothing to enjoy.
And there is nothing to be proud.
And there is nothing...

E não há nada mais para se dizer, falar e ouvir.
Já passamos por tudo ou quase tudo e nada mais brilha ou deixa de brilhar.
Os sonhos foram esquecidos e o pesar parece quase eterno.
Precisamos de ar, cercados, porém de ar poluído ou diluído por nossas pupilas e/ou papilas.
Gostamos de nossas vidas, mas queremos ter algo para viver. Para fazer, ou ao menos para olhar e chorar.
Chega de tanta teoria, chega de tantas formas de se viver e de se fazer.
É o que nosso corpo nos exige e não sabemos e temos preguiça de saber (ou raiva de quem sabe) ou fazer.
O que importa passou e deixou só o rastro.
Vivemos no rastro.
Na rebarba, ou no intervalo entre duas linhas regulares.
Ser e não ser.
Pensar e comprar.
Existir e copiar.
Passado e futuro.
Norte e sul.

1988 - 2012

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Arte-Vômito

Depois de me perguntar em algum momento sobre o que havia de escrever, pintar, construir ou amar...
Sobre o que é e de onde vinha a supervalorizada coisa chamada de inspiração. E porque era tão necessária.
E por pensar nisso perdi um pouco da sensitividade (ou seria sensibilidade mesmo?) e da honestidade de escrever e falar ou gritar sobre algo, alguém ou sobre eu mesmo.
E, por tempos, só houve a seguinte, atenuante pergunta: De onde vem a inspiração?
Da onde sai os sonhos e as palavras e idéias que realmente valem a pena?
De que buraco fundo e fantástico tiram, os artistas e os gênios, suas loucuras bem-guiadas e loucura bem-direcionada?
Ou, e principalmente, como poderá, aquele garoto pouco costumeiro e inocentemente sociável, demonstrar e avaliar o sua própria visão de objetos, paisagem, valores e outros objetos cotidianos e aparentemente sem muitos atrativos se ele não estiver minimamente inspirado?
Depois disso, me vi tendo uma pequena hora de inspiração e, desta vez, ao invés de usá-la e criar coisas maravilhosas, ou no mínimo libertadoras para mim mesmo, resolvi pensar na liberdade e na causa de o resultado de uma inspiração ser quase sempre algo como o vômito de partes importantes que pesavam no seu estômago e não te fazia tão bem...
Percebi, então de onde a inspiração vem e poderá sempre vir...
A inspiração vem da liberdade, ou de momentos livre, em que se deixa pensar no que se quer pensar, e mesmo que não possa agira spobre algo, acab-se, termina-se quase sempre pondendo recitar sobre seu próprio vômito e o que aquilo pode influenciar e redefinir os olhares de outras pessoas.
O que posso dizer além disso é que a arte é a única coisa realmente amável deste mundo.
Te amo Arte-Vômito.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

O grande rio que ruma...

Sabe, era noite e tinha ficado frio de repente, sem ter nem pra quê. E o frio encostava e ardia dentro da sua orelha fria. E isso não era quente, nem nada, era triste e balbuciante. Ter você ao meu lado parece brilhante, esquece-se os diamantes. E a guerras, travadas dentro e fora dos vasos ou mins. Somos torturados ao nascer e ter que respirar o mesmo ar, antes respirados por restos. Sabe, querer sorrir e aproveitar, descansar e deitar se tornam novas opções sem muito apelo ou lógica. E tudo adquire um tom mais neutro, acizentado e parece querer te dominar e te faz querer sempre descansar. Pois suas retinas não aguentam mais fitar o nada enquanto a cabeça quase estoura de tantos pensamentos e sentimentos de merda que parecem sempre lindos e maravilhosos e resultam em dúvida, ciúme e rancor. Queria não pensar, esvasiar a mente e deixar fluir, sabe? Como aquele velho rio que parece sempre me fazer me olhar e seguir. Não aquele seguir que te faz querer chegar em algum lugar ou ser campeão de alguma coisa. Seguir apenas porque não há outra escolha e deixar rolar parece uma opção muito mais válida e coerente de se fazer, quando existe uma correnteza inteira te empurrando, mesmo que seja em direção a uma cachoeira deslumbrantemente caldolasa e alta.

sábado, 18 de junho de 2011

Subentender, a arte de sobre(viver) em sociedade

Ela realmente preferia conssentir e compreeder.

Por subentendido entenda-se apenas como o não-dito, mas entendível.

E preferível.

E quis subjulgar, antes mesmo de julgar.

As palavras, ou armas.

Caiu e calou.

Deitou e dormiu.

Sorriu e não rio.

Ela preferiu o navio.

E deixou subentedido a água e o frio.

Ou o calor do silêncio-dor.

Esqueceu seus versos e abriu mão do processo.

Dá trabalho construir alguma coia, mais fácil é (con)seguir.

Não agir e sempre, fruir.

Lembre-se sempre de corrigir.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O naufragar

Andei meio esquecido de mim mesmo e dos outros ao redor, andai pensando em não pensar.
Tô tentando parar de ter que ser alguém.
A vida é um rio, sim, e você deve deixar fluir.
Mas (além de não ser tão fácil se largar assim na mão de qualquer rio) existem partes, e muitas passagens que são caudalosas, agitadas, difíceis, doloridas e sem qualquer calmaria tão sonhada.
Sozinho.
E o solitário sempre enjoa da companhia de sua única parceira, a solidão.
Mas deseja...
E o desejo é como uma tentação, um pecado. Ser sempre atraido pela solidão.
E desejoso de um final feliz, quer apenas dormir, como sempre. Fechar os olhos, descansar e esperar chegar aquela hora em que o rio estará mais calmo, sem pedras ou outros obstáculos, mais fácil de navegar.
Mas, além disso tudo e um pouco acima, num lugar conhecido como coração ou cabeça, existe aquele preguiçoso, que cansou disso tudo, mas que lá no fundo continua a desejar, sonhar, um final mais calmo do que exatamente feliz.
A calma pode durar mais tempo que a felicidade.
E por isso negar aos desejos da carne, ou aos instintos, ou mesmo levantar, sair do barco e ver que o rio não é tão fundo assim, pisar na areia, ou pequenas pedras que têm no leito do rio, e então tomar o rumo da porra da sua vida, mesmo que para voltar atrás seja dificílimo.

sábado, 16 de abril de 2011

Tentativa #42

E eu gosto do barulho...
Adoro sons dissonantes.
Quero ver, sem perceber.
Prefiro nunca acordar
Eu gosto do sonho.

Quero minha boca seca
À espera do seu beijo,
Seu gosto
Ou o gosto da comida.

Prefiro não saber.
Prefiro não entender
Se amanhã vai chover
Ou se você vai aparecer.

Gosto de lembrar
Como cheguei
Ou porque estou aqui.

Eu adoro tentar...

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sinceridade

Sob este ar,
Cansado,
Sem deuses ou musas
Ao meu lado,
Inspirar
Torna-se o ato
De tragar
O ar.

Fumaça,
Sólida ilusão,
Que se desmancha
Próxima ao chão.

E o ar,
Pesado,
Continua a me forçar.

Está,
cada segundo,
Mais difícil de levantar.

Sinceridade,
Fácil aceitar,
Difícil conquistar.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Crenças, dores e amores

E talvez seja hora de acreditar em algo.
Existente ou não.

Parar de estar tão só, sempre.

Ter um porquê.
Ou ao menos, defender,
Com absoluta certeza,
O porquê.

E daí, passar a fazer
Por onde.
E aonde estiver,
Vai poder falar.
E assim olhar
Para dentro de si próprio
Tão facilmente quanto observa e entende os outros.

Sempre acreditei.
Nunca, nunca presenciei
O amor pleno.
Sem nenhum "a menos".

Ou mais...
Nunca vi aquele que satisfaz.

Será hora de desacreditar da dor
E parar de sofrer por amor?

Mas no ato, passo a acreditar no fervor.
E no tato, percebo de algo com muito mais valor.
E no contato, reparo que não há fato
Que vá curar, plenamente, essa dor.

Pois assim te reapresento o amor.

Te abraça e te entende.
Te toca e tu sentes,
Que ali está a única razão
De não andares mais em vão.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Reflexão sobre os dias úmidos e quentes de outono

Sabe aquelas horas, dias minutos, instantes em que se torna difícil até tragar o cigarro até o final? Não por estar enjoado, ou nada deste tipo, mas sim por estar cansado demais até para isso.
E o levitar e sorrir se tornam apenas lembranças boas de um tempo nostálgico.
Quando o seu olhar parece morto e você não tem força nenhuma para abri-lo e fitá-lo em quase ninguém.
E ninguém às vezes faz falta.
Não depender ou não ter que pensar em ninguém e nem ter que suportar seus pesos, conceitos e outras coisas fúteis (quando olhadas de fora).
Coisas sem importância alguma para a sua vida ou até mesmo para a vida deles próprios.
E, na verdade você sente vontade de gritar, cuspindo na cara deles, que eles precisam, assim como você próprio acordar e sonhar novamente com coisas menos proibidas que antes.
A doçura de ser inocente sem ter que se passar como falso.
E a delícia exuberantemente única de poder se sentir vazio, sem pensamentos, preocupações, conceitos, esferas, ninhos, relações ou qualquer coisa daquelas que te tirassem o sono por encomenda.
No fundo se trata apenas de conseguir olhar nos olhos daqueles que te interessam e não ter que pensar em milhões de explicações para isso.
Automaticamente, nos tornaremos apenas o resto de algo que podia ser brilhante.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O hardcore nunca vai morrer, mas você vai...

Os parêmetros já foram traçados.
Os caminhos foram escolhidos.
Agora vamos brincar,
Vamos bagunçar,
Vamos dançar,
Vamos criar o caos
Ou o mal.

Vamos matar,
Vamos aproveitar,
Vamos transar.

Vamos não ligar,
Vamos desapegar,
Mas não totalmente.
Nunca consiguiríamos.

Vamos... não mais esperar.

Sim, queremos dançar.
Não queremos cuidar.

Queremos tudo,
Queremos mais.
Nada mais nos satisfaz.

E até o porquê foi esquecido.
Esquecemos até do perigo.

Mas já prevíamos.

"Vamos agitar a procura de um lar"
Mas esquecemos de perceber
Que o lar é seu ser.