quarta-feira, 22 de setembro de 2010

30 tardes ensolaradas e a fumaça sobre nós

E sempre a encontrava bem, ao meu lado.
Fácil alcançar suas mãos.
E sua pele podia ser eleita como a mais suave de todas.
Ela conseguia ultrapassar a fumaça que sempre cobria meu olhar.
E ainda dizia que era bonito o que via através.
E seu olhar era sereno e sem pressa.
Sem pressa do amanhã.
E apesar de ter medo, fingia muito bem não sentí-lo.
Se tornou abrigo.
Sem castigo e sem controle de desejos, como antes era tão nítido.
Suas expressões, de tão misteriosas, me faziam querer olhar através da fumaça, menos densa, que também cobria seu olhar.
E ao tentar, fui surpreendido.
Surpresa boa, daquelas que te fazem acordar e sorrir, ao olhar pra frente.
Era mais.
E mais, era simples.
O pior é que eu não sabia nem como ficar com raiva dela e nunca conseguia me fazer de invisível ao seus olhos.
Ela me mostrou que na verdade não há um porque muito claro e exato de continuar querendo sumir.
Ela me prometeu coisas, não cumpriu.
Mas me deixou aqui e ali.
Sem exigir minha volta, mas tendo certeza que não seria fácil pra mim, não voltar.
Ela liberou um daqueles lacres que cultivei por alguns anos.
Sem querer, me mostrrou e me confirmou meus sonhos.
Me mostrou um caminho mais fácil, sem perdas, cobranças ou andanças excessivas pra lugar nenhum.
Me contou sem muitas palavras que o futuro nada mais é do que raios de sol, cortando a fumaça densa que se formava quando estávamos juntos.
Me deu um ponto.
Não um fim, mas um ponto. Onde pude me equilibrar e ao mesmo tempo me arriscar, sem temer ou parar.
Isso sem falar de seu beijo e de seu corpo que, quase magicamente, se adaptaram a mim.
Me dando calor e força por tardes que passavam suavemente despercebidas ao lado dela.

Um comentário:

ווייסע ראַבאַט disse...

rapá essa menina é de sort vú rs