terça-feira, 8 de junho de 2010

Um cigarro, depois de pequenos arrependimentos diários.

Ele, ela e um planeta a frente.
O universo sempre foi infinito, mas pra nós ele nunca passou de um bocado de terra.
Um monte de terra, unida por uma força estranha.
Atmosfera.
Atmosférico seria um momento que vc se sente junto da própria atmosfera?
Se deixando levar por tanta 'energia' circundante?
Era atmosférico e idiota ao mesmo tempo aquele momento.
Ele dizia que foi ótimo revê-la. E ao mesmo tempo pensava em seus seios.
Ela dizia que foi legal revê-lo. Felicidade contida. Ela pensava no abraço aconchegante dele.
Eles não diziam uma palavra que não fosse mais profunda que o universo, buscavam tudo que lhes fugisse à mente, exceto o que realmente queriam.
É sempre assim.
Nunca fomos realmente diretos, desde que nascemos e choramos por isso, por estar vivos. Aliviados?
Está no nosso inconsciente: se mentirmos pra agradar, seremos recompensados.
Mas erramos ao pensar que se mentirmos pra nós mesmos seremos recompensados por alguém que não seja nós mesmos.
E o corpo sabe disso.
E avisa-nos.
Com boca seca, coração forte, meio que implorando por uma atitude real e sincera.
E continuamos parados.
O que há de errado conosco?
Deixamos escapar por entre nossos dedos, bem na frente de nossos olhos, toda oportunidade que aparece instantaneamente.
E ainda arrumamos desculpas sinceras para isso.
Nada que convença seu corpo, que continua implorando pelo corpo dela.
E no fim a noite é fria.
Como todo resto dos dias.
Mas parece pior, pois um poderia estar se esquetando no outro, se alguém falasse algo sincero, sem medo, pudor, ou o que seja.
Noite, descepção e qualquer outra coisa que exiga você por inteiro, pede um pouco de fumaça, um pouco mais, apenas.

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